SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Ameaças de bomba enviadas por email levaram ao menos seis sedes de Legislativo dos Estados Unidos a serem temporariamente fechadas e esvaziadas na manhã desta quarta-feira (3).

Autoridades relataram que ameaças foram feitas aos estados de Connecticut, Geórgia, Kentucky, Michigan, Mississippi e Montana. A polícia fez buscas nos prédios e, até a tarde de quarta-feira, não havia relatado a descoberta de explosivos ou equipamentos suspeitos.

O Departamento de Segurança Pública do Mississippi disse que a "ameaça foi eliminada". Já o Departamento de Serviços Gerais de Montana afirmou que "a ameaça foi considerada não crível" e que a sede do estado havia sido reaberta ao público.

A sede do estado de Connecticut foi brevemente fechada antes de reabrir depois que a polícia determinou que a ameaça era falsa. O governador de Kentucky, o democrata Andy Beshear, por sua vez, disse em um comunicado que "todos estavam seguros" e que o Capitólio estadual havia sido evacuado enquanto a polícia investigava.

"Estamos cientes de ameaças semelhantes feitas a outros escritórios em todo o país", dizia o comunicado. A polícia afirmou que era seguro para as pessoas retornarem ao Capitólio, como são conhecidas as sedes dos Legislativos nos EUA, disse o Secretário de Estado de Kentucky, Michael Adams.

De acordo com informações obtidas pela rede americana CNN, um email foi enviado a vários destinatários, entre eles alguns secretários de Estado, com cópia para as sedes de Legislativo de ao menos 23 estados americanos. O remetente alegava ter colocado explosivos dentro do prédio, embora não especificasse nenhum estado.

O FBI, a polícia federal americana, publicou nota afirmando estar "ciente dos incidentes". "O FBI leva muito a sério as ameaças falsas porque elas colocam pessoas inocentes em risco", disse. "Embora não tenhamos informações que indiquem uma ameaça específica, continuaremos trabalhando para agir de acordo com as informações sobre ameaças que chegarem ao nosso conhecimento."

A ameaça no terceiro dia deste ano, ainda que falsa, abre o temor sobre quais desdobramentos podem acompanhar o desenrolar das eleições presidenciais de novembro, que definirão o próximo chefe da Casa Branca em uma corrida na qual o democrata Joe Biden e o republicano Donald Trump se mostram os candidatos mais prováveis, no que seria uma reedição da polarizada disputa de 2020.

E os incidentes do tipo envolvendo políticos com cargo no país têm se multiplicado. Ao longo deste período de recesso do Legislativo, foram diversos os relatos de ameaças feitos por legisladores em redes sociais.

A prática que vem ganhando corpo é conhecida como "swatting" -termo em inglês formado pela combinação de "SWAT" (unidade de forças especiais da polícia dos EUA) e "batting" (batida policial).

Nestes casos, alguém faz uma denúncia falsa para as autoridades, usualmente relatando um caso de urgência, como sequestros, tiroteios e bombas, para mobilizar as forças de segurança de maneira desnecessária e espraiar medo entre a população.

O senador republicano Rick Scott, ex-governador da Flórida, foi um dos que relataram casos do tipo. Ele afirmou no último dia 28 de dezembro que, na noite anterior, enquanto jantava com a esposa, alguém direcionou a polícia para a sua residência, na cidade de Naples, sem motivo. "Esses criminosos desperdiçam o tempo e os recursos da lei numa tentativa doentia de aterrorizar minha família", escreveu no X.


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