SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O diretor de uma escola em Iowa, nos Estados Unidos, ferido durante um ataque a tiros no início do mês, morreu neste domingo (14). Dan Marburger, 56, que ocupava o cargo na escola desde 1995, sofreu ferimentos graves enquanto ajudava alunos e funcionários a saírem do local durante o ataque armado de um adolescente de 17 anos.
Na ocasião, cinco pessoas ficaram feridas ?entre eles Marburger?, e um aluno da sexta série foi morto.
O atirador foi identificado como aluno da escola e morreu, possivelmente em decorrência de um ferimento de bala autoinfligido, de acordo com a polícia. Os agentes também encontraram um explosivo improvisado no local.
"Após 10 dias, ele perdeu a batalha, e esta tragédia tirou sua vida", escreveram os administradores de uma página de financiamento coletivo criada após o ataque para ajudar as famílias com despesas médicas. "Toda a família Marburger e toda a comunidade de Perry ficarão para sempre tocadas pela abnegação do sr. Marburger."
Segundo uma postagem de Elizabeth Marburger, esposa de Dan, ele morreu por volta das 8h deste domingo (horário local).
Perry é uma cidade de cerca de 7.900 habitantes, a cerca de 64 km de Des Moines, capital do estado. As escolas de ensino fundamental e médio da cidade compartilham um único campus.
O ataque ocorreu no primeiro dia de aula após o recesso do fim de ano. Os primeiros relatos surgiram por volta das 7h40 do horário local (10h40 em Brasília), quando um policial foi imediatamente enviado à escola. Até às 8h30 (11h30 em Brasília), ela tinha sido esvaziada por completo.
Como as aulas ainda não tinham começado, havia poucas pessoas dentro do prédio no momento em que o agressor começou a atirar, o que provavelmente contribuiu para que o número de vítimas não fosse maior.
O ataque teve início no refeitório, onde alguns alunos tomavam café da manhã, e acabou se espalhando até a ala norte da escola, onde foi contido.
No dia seguinte ao ataque armado, o departamento de Segurança Pública de Iowa disse que Marburger "agiu de forma altruísta e se colocou em perigo, em um aparente esforço para proteger seus alunos". O diretor foi chamado de "herói" pelas autoridades locais.
Segundo a agência de notícias Associated Press, a filha do diretor, Claire Marburger, chamou seu pai de "gigante gentil" em uma postagem do Facebook na noite do ataque. Ela afirmou que não era de se surpreender que seu pai tivesse protegido os alunos.
"Assim que tive notícias sobre o homem armado, tive a sensação de que meu pai seria uma vítima, pois ele se colocaria em perigo para o benefício das crianças e de sua equipe", disse Claire. "Esse é meu pai."
A ONG Gun Violence Archive, que há quase dez anos acompanha a violência armada nos EUA, registrou 656 ataques a tiros no país em 2023.
Sempre que ocorrem episódios do tipo, volta ao debate público a discussão sobre a facilidade de acesso a armas de fogo na nação. O tema divide a sociedade americana, tanto eleitores como políticos: republicanos defendem restrições mínimas à compra e à posse de armas, enquanto democratas apoiam aumentar o controle sobre esses artefatos.
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