SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Cinco policiais acusados de agredirem uma brasileira trans em Milão, na Itália, em maio do ano passado foram denunciados pela procuradora Giancarla Serafini. A informação é de jornal italiano Il Giorno.

Os policiais são acusados de baterem na brasileira com bastões, darem chutes e usarem gás de pimenta. Alguns dos agentes envolvidos na ocorrência também vão responder por fraude de documento público. Isso porque eles relataram que a brasileira bateu na janela de viatura e estava em "estado de agitação". Para Serafini, no entanto, a brasileira se mostrou cooperativa.

Brasileira vai enfrentar acusações de resistência, lesão e receptação de cartão bancário. Durante a abordagem policial, ela teria agredido um dos agentes.

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Os agentes são investigados por lesões agravadas e abuso de função pública. O episódio foi registrado em vídeo e, pelas imagens, é possível ver que Bruna foi agredida quando já estava sentada ao chão.

'ME SENTI TRATADA COMO UM CÃO'

A brasileira é natural de Fortaleza e mora em Milão há 29 anos. Em entrevista ao jornal Corriere della Sera, ela negou acusações da polícia de que teria tirado a roupa.

A brasileira admitiu, porém, que estava alterada. "Sou um tipo muito agitado, bebi na noite anterior e tinha fumado um baseado. Mas, não fiz nada de mal para ninguém, não agredi ninguém", afirmou.

Ela contou que estava sentada e levantou os braços pedindo para os policiais não a agredirem. "Ao invés disso, deram golpes na minha cabeça, do lado, na minha cabeça de novo. Me senti tratada como um cão. Pedi para não me baterem, só a mulher agente foi gentil comigo", pontuou.

"Tinha medo que eles me batessem mais. Me escondi atrás de um canteiro de flores, mas eles me acharam. É uma história feia, tenho medo que me aconteça alguma coisa se falar demais", diz a brasileira.


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