SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Membros de centrais sindicais de outros países e argentinos que moram no exterior demonstraram apoio à greve geral na Argentina, que acontece nesta quarta-feira (24), em manifestações em frente a diferentes embaixadas do país.
Em Brasília, manifestantes levaram faixas com "fora Milei". A CUT (Central Única dos Trabalhadores) afirmou que o movimento foi um "ato de solidariedade às trabalhadoras e trabalhadores argentinos que estão sofrendo duríssimos ataques do governo de Javier Milei".
"MiLEY não é a democracia", diz cartaz em Assunção. Na capital do Paraguai, o cartaz faz referência à Lei de Bases, um dos megaprojetos apresentados por Milei que é contestado pelos grevistas.
Em Santiago, uma carta seria entregue ao embaixador. Manifestantes da CUT chilena se reuniram em frente ao prédio da Embaixada e chamaram os atos de Milei de "antidemocráticos".
"Milei, você é a ditadura", cantavam manifestantes em Montevideo, no Uruguai. Além da Lei de Bases, a greve geral desta quarta-feira (24) também critica o Decreto Nacional de Urgência, conhecido como DNU, um "megadecreto" liberal que desregulamentou a economia argentina, e que foi uma das primeiras ações de Milei no cargo. Os atos acusam o presidente de ser antidemocrático com a ação.
Também houve demonstração de apoio aos grevistas em Roma. Argentinos que moram na Itália carregavam cartazes com os dizeres "A Argentina não se vende", um dos slogans da greve desta quarta-feira.
Embaixada da Argentina em Madri ficou com a calçada cheia de manifestantes. A Espanha é um dos principais destinos de argentinos que deixam o país natal. Nas eleições, Milei ganhou entre os eleitores locais.
GREVE GERAL VAI ATÉ A NOITE
Greve geral convocada pela maior central sindical da Argentina é primeiro grande desafio de Milei. A Confederação Geral do Trabalho (CGT), de orientação peronista, rejeita, principalmente, as alterações por decreto do regime trabalhista promovidas por Milei, que limitam o direito à greve e afetam o financiamento dos sindicatos.
Descontentamento com desvalorização da moeda em 50% e a liberação dos preços dos combustíveis. Essas e outras decisões de Milei foram recebidas de forma impopular especialmente por reduzirem drasticamente o poder aquisitivo dos assalariados e aposentados.
Ainda assim, pesquisas mostram que o presidente mantém uma imagem positiva entre 47% e 55% dos entrevistados.
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