SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O Itamaraty confirmou que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, vai comparecer à Comissão de Relações Exteriores do Senado para debater a crise com Israel.
Compromisso foi marcado para o dia 7 de março. O convite foi feito pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), presidente da comissão. Segundo o parlamentar, Vieira vai "responder indagações e dúvidas" sobre a crise causada pela fala do presidente Lula que comparou os ataques à Faixa de Gaza ao "Holocausto".
BRASIL DENUNCIOU ISRAEL EM HAIA
O governo brasileiro denunciou Israel pela invasão de territórios palestinos, durante audiência na Corte Internacional de Justiça. A delegação do Itamaraty apontou, nesta terça-feira (20), que as ocupações e violações por parte de Israel "não podem ser aceitas ou normalizadas pela comunidade internacional". O governo ainda chamou os atos israelenses de "ilegais" e equivalente a uma "anexação".
O Brasil também apontou como a gravidade dos atos é "indiscutível". Para a delegação brasileira, é necessário que Haia se pronuncie para que "todos saibam" as implicações das consequências legais dos atos de Israel.
FALA SOBRE HOLOCAUSTO
Lula deu declaração sobre Israel após comentar outra fala anunciando doações para a agência de refugiados palestinos da ONU. A primeira declaração também gerou polêmica e fez com que o partido Novo abrisse uma queixa-crime contra o presidente na PGR.
O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus.Presidente Lula
OPOSIÇÃO QUER IMPEACHMENT DE LULA
Parlamentares oposicionistas ao governo coletam assinaturas contra o presidente. Para os deputados, declaração polêmica foi crime de responsabilidade. O grupo classificou a fala como "ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade".
Governo de Israel repudiou a fala e declarou presidente brasileiro "persona non grata". Segundo o governo israelense, esse status será mantido até que Lula peça desculpas.
LULA NÃO DEVE SE DESCULPAR POR FALA
Internamente, o Planalto avalia que a fala de Lula não estava errada, mas que o discurso pode, sim, ser confundido com um ataque ao povo judeu. O Planalto insiste que as críticas aos ataques israelenses devem continuar: o plano, agora, é deixar a separação dos posicionamentos entre as ações do Estado e a sua população mais clara.
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