Entrevista de emprego: por que as pessoas não são contratadas?

Atualmente, muito se ouve falar da escassez de mão de obra qualificada nos processos seletivos. Há muito serviço, ofertas de emprego diárias, mas, por que essas vagas não são preenchidas? Até mesmo as vagas que exigem pouca formação?

Vamos analisar sob duas óticas: a do empregador e a do candidato. Os empregadores estão em busca do funcionário ideal. Mas o que seria ideal para eles? Qualificação? Comportamentos? Infelizmente, não existem funcionários prontos no mercado, o que é muito bom. É a chance que a empresa que está contratando tem para "moldar" essa pessoa, de acordo com a sua necessidade, para que ela comece a mostrar resultados mais cedo do que aquela que tem ótima qualificação para assumir o cargo, mas tem os famosos "vícios" ou comportamentos inadequados, que geram os conflitos internos.

É importante refletir o que se quer para sua empresa: qualificação ou comportamento? O que é mais fácil trabalhar? Investir em treinamentos ou tentar mudar o comportamento daquele bem qualificado, mas nem um pouco comprometido, por exemplo.

Os próprios treinamentos in company devem ser baseados no comportamento. Os consultores têm o papel de mostrar o caminho mais rápido e mais simples para se atingir os resultados esperados, mas se o seu contratado não tiver disciplina, comprometimento, entre outros comportamentos empreendedores, ele não irá gerar resultado algum.

Mas se ditando o caminho a ser percorrido nem sempre podemos garantir que esses serão seguidos, imaginem se não houver nenhuma base! Esse é o ponto-chave para as empresas que buscam ascensão profissional.

E, analisando sob a ótica do candidato, por que alguns participam de tantas entrevistas de emprego e não conseguem recolocação profissional, já que estão sobrando vagas? Em seis anos de profissão, realizando esse trabalho de recrutar e selecionar candidatos com perfis da empresa contratante, tenho me deparado com algumas situações:

• Eles exigem melhores condições de trabalho (salário, benefícios);

• Nem todos têm o comportamento adequado;

• Falta postura profissional;

• A grande maioria não está preparada para participar de um processo seletivo.

Analisando essa última situação, vamos descrever o que é muito comum nas seleções e que, por falta de preparo, denigrem a imagem do candidato:

• Muitos têm uma maneira de sentar na cadeira muito "largada";

• Muitos são inflexíveis nas dinâmicas de grupo;

• Muitos têm vergonha de estar na frente, se apresentando;

• Muitos não têm iniciativa em ser o primeiro;

• Há os que esperam a participação de todos para pegar "ideias" e não passam confiança;

• Muitos não têm controle emocional para "disfarçar" o nervosismo e a ansiedade;

• Muitos vão participar da seleção sem ao menos entrar no site da empresa e ler sobre a mesma, sobre sua missão, valores...

Enfim, diversas são as falhas que impedem que o candidato seja recolocado, por mais que ele tenha um excelente currículo.

Portanto...

Empresas: invistam em seus funcionários. É muito mais barato treinar quem está com você do que demitir e ir à busca de outros.

Candidatos: preparem-se para participar de seleções. Conheça a empresa, tenha postura profissional. É possível treinar e se sair muito bem na seleção. E uma dica: não vá apenas para ver "qual é da vaga". Vá se você realmente tiver interesse em fazer parte do quadro de funcionários daquela empresa. Não perca seu tempo, nem faça os outros perderem os deles com você.

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Thiago Cachaldora é fonoaudiólogo, pós-graduado em Fonoaudiologia, consultor em comunicação interpessoal, diretor executivo da Clips Comunicação Interpessoal & Desenvolvimento de Pessoas e palestrante.