Pagamento m?nimo do cart?o de cr?dito Pagar somente do valor m?nimo pode endividar
cada vez mais o usu?rio do cart?o

Guilherme Oliveira*
Colabora??o
08/05/2007

Esperar durante todo o m?s o sal?rio e v?-lo sumir como num passe de m?gica, assim ? a vida que milh?es de brasileiros enfrentam no dia-a-dia para arcar com todas os compromissos.

Com tantas contar a pagar, a situa??o fica ainda pior, quando o dinheiro vai embora apenas para cobrir as altas taxas de juros decorrentes dos atrasos de diversas contas. O consumidor paga e o valor da d?vida continua a mesma, isso quando n?o se transforma na t?o conhecida "bola de neve".

Quando se fala em juros, uma das mais altas do mercado ? a do cart?o de cr?dito, geralmente em torno de 11% ao m?s, fora os encargos. As pessoas que n?o conseguem quitar o valor integral da fatura, pagando apenas o valor m?nimo sugerido, que gira em torno de 10% a 20% do valor total, devem ficar atentas para n?o se enrolarem cada vez mais.

Valor m?nimo

Para o consultor e professor de economia, Jackson Fernandes Moreira, o ideal ? pagar sempre o valor total e fugir das taxas, que como ele mesmo diz s?o "astron?micas".

"Quando eu pago apenas o valor m?nimo, na verdade n?o abati nada do principal. O que estou pagando ? uma taxa de juros, sobre a utiliza??o daquele recurso. O valor continua com o seu valor integral e e o meu endividamento se torna cada vez maior junto com as compras futuras. ?s vezes o usu?rio acredita que est? pagando, ou amortizando parte daquilo que foi financiado pela operadora do cart?o. Somado a isso, existem outros ?nus, sobretaxas que s?o aplicadas ao saldo devedor", explica.

Quanto gastar

Uma das d?vidas das pessoas que possuem cart?o de cr?dito ? o percentual que se pode gastar. Para Jackson n?o existe um valor fixo, ou seja, 20%, 30% do sal?rio, a pessoa simplesmente tem que identificar se tem condi?es de pagar tudo aquilo que comprou, se a renda ? dispon?vel. "O cart?o de cr?dito ? um custo a curto prazo, por isso ele se torna mais caro. Se ela for pagar tudo bem, ela s? est? antecipando um recurso, ela vai pagar as taxas anuais do cart?o. Mas se deixar de pagar aquele valor principal, as taxas s?o elevadas. Ou paga integral ou procura outra forma de financiar esse consumo. O que tem que ficar claro ? que se deve pagar o valor total que vem na fatura, os juros s?o astron?micos pela nossa realidade, j? que estamos vivendo um momento de instabilidade econ?mica", diz Jackson.

Sem condi?es de pagar

Se a conta j? virou bola de neve e o consumidor n?o tem como pagar, a solu??o ? procurar uma outra forma de financiar a d?vida. Primeiramente deve procurar ajuda com um parente ou uma outra pessoa disposta a ajudar. Quando essa solu??o n?o ? vi?vel, Jakson aconselha buscar um empr?stimo com menores taxas.

"Se tiver possibilidade de buscar um capital a um custo menor deve ser a primeira medida. Voc? troca uma d?vida mais cara por uma mais barata. Se estou pagando uma taxa de cart?o de 11% ao m?s e tenho condi?es de buscar um recurso junto a um banco comercial atrav?s de uma linha do CDC a custo de 3%, ? vantagem. Agora, caso contr?rio vai ter que entrar em negocia??o com o cart?o, s? que ele joga pesado. Talvez seja melhor procurar uma prote??o jur?dica para saber se aquelas taxas que est?o sendo cobradas s?o justas. Se tiver problema em conseguir cr?dito ? negociar via justi?a".

Dicas

O fato da aparente facilidade que o cart?o proporciona ? um dos atrativos para o endividamento. Ter em m?os um cr?dito que se possa utilizar quando necess?rio ? um grande risco. "Existe aquela quest?o psicol?gica que parece est? tendo a opera??o mas n?o a liquida??o de fato. A quest?o ?: se a pessoa n?o tem controle para utilizar esse instrumento, minha sugest?o ? que pegue esse cart?o e o quebre", conta.

Por?m, antes de taxar o cart?o como algo de grande parte dos problemas, o consultor diz que, para quem tem o devido controle, o cart?o torna-se muitas vezes uma ferramenta eficaz. "Se eu tenho uma boa programa??o e est? dentro do meu or?amento, tudo bem. Mas falar que ? um instrumento que n?o deve ser utilizado n?o ? correto. ? um instrumento muito interessante para quem tem esse tipo de controle", conclui.

*Guilherme Oliveira ? estudante de Jornalismo da UFJF