Redução do IPI para móveis poderá ser sentida já nos próximos dias

Sindicatos ligados ao setor discordam sobre prazo para a queda dos preços, mas acreditam que a redução será superior à alíquota do imposto

Thiago Stephan
Repórter
3/4/2012

Para quem está pensando em mobiliar a casa, os próximos dias podem ser o momento certo para adquirir camas, guarda-roupas, estantes... No dia 26 de março, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou (ouça no link ao lado) a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para uma série de produtos, como a linha branca de eletrodomésticos, luminárias e lustres e papel de parede. Entre eles também foi incluída a linha de móveis, que teve a alíquota de 5% extinta pelos próximos três meses. Com isso, é esperada redução de preço para o consumidor final, que pode variar de 7% a 15%, de acordo com profissionais ligados ao setor.

Segundo o presidente do Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio), Emerson Beloti, a expectativa é que a linha branca de eletrodomésticos – refrigeradores, congeladores, fogões e máquinas de lavar – continue vendendo bem, uma vez que já contava com a redução do IPI. Em relação aos móveis, ele espera que a queda nos preços para o consumidor final chegue a 7%. "A redução do IPI é de 5%, mas existem outras cobranças que incidem sobre o IPI, caso do frete e do ICMS [Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços]. Por isso, a redução pode ser superior à do imposto. Acredito que haverá aumento nas vendas."

O presidente do Sindicomércio acredita que o consumidor final possa sentir os efeitos da redução do IPI dentro de 30 a 40 dias, já que as lojas da cidade ainda contam em seus estoques com móveis que foram adquiridos sem a redução do imposto. Mas, segundo o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Mobiliário de Ubá (Intersind), Michel Henrique Pires, os efeitos da redução já poderão ser sentidos a partir dos próximos dias. "Acredito que já no próximo final de semana as grandes redes comecem a anunciar móveis com IPI reduzido. Isso porque costumam ter estoques contabilizados. Assim, o que estiver dentro do estoque, mesmo que já adquirido dos fornecedores, pode ter efeito retroativo em relação ao imposto. Se o produto estiver dentro do estoque, a redução já vale a partir de agora", garante Pires.

Apesar de esperar aquecimento do setor, o presidente do Intersind acredita que o mais importante seria uma reforma tributária. "A redução vai beneficiar o setor, já que vamos ter o aumento das encomendas e do faturamento. Mas, o que precisamos mesmo é de uma reforma tributária. Da última vez que teve a redução do IPI para móveis, em janeiro de 2010, tivemos três meses bons e depois dois meses ruins. Se isso se repetir, também teremos meses ruins para a indústria. O que é bom é que o governo está olhando para a gente. Mas, não adianta remendar. É preciso fazer uma reforma."

No varejo, a notícia foi recebida com otimismo. De acordo com o gerente de uma loja de móveis da rua Santa Rita, Wilson de Souza, 45 anos, o estabelecimento não trabalha com produção própria e será diretamente afetado pela redução do IPI. "A nossa expectativa é de crescimento de venda. Acredito que as vendas possam subir de 15% a 20%", disse, revelando que os preços dos móveis devem cair em até 15%.

Descrição Alíquota Normal(%) Alíquota Temporária(%) Desoneração
Fogões de cozinha 4 Zero R$ 271 milhões de 26/03/2012 a 30/06/2012
Refrigeradores e congeladores 15 5
Lavadoras de roupa (automáticas, semiautomáticas) 20 10
Lavadoras de roupa (tanquinhos) 10 Zero
Móveis 5 Zero R$ 198 milhões de 26/03/2012 até 30/06/2012
Laminados PET 15 Zero
Papel de parede 20 10 R$ 20 milhões de 26/03/2012 até 30/06/2012
Luminárias e lustres 15 5

Fonte: Ministério da Fazenda

Os textos são revisados por Mariana Benicá

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