Mercado da moda
Investir em conhecimento ajuda o mercado da moda a crescer em JF

S?lvia Zoche
27/09/04

O administrador de empresas, Toninho Sim?o, fala sobre a necessidade de estudar e fazer reciclagem na ?rea da moda.

Ou?a!

Foto ilustrativa A estilista Zuzu Angel disse, certa vez:

"No meu pa?s acham que moda ? frivolidade, futilidade. Tento lhes dizer que moda ? comunica??o, al?m de dar emprego para muita gente".

Mas parece que a mentalidade no Brasil come?ou a mudar. Com o sucesso da moda e dos profissionais brasileiros no exterior, as pessoas notaram que esta ? uma ocupa??o que pode e deve ser valorizada.

Toninho Sim?o Atualmente, a moda n?o se resume a passarelas e estilismo. A ?rea de administra??o e produ??o tamb?m tornaram-se imprescind?veis. N?o ? por acaso que cursos e faculdades de moda est?o se expandindo pelo pa?s.

O que percebe-se ? que Juiz de Fora tamb?m est? se adequando a esse novo mercado. O administrador de empresas e um dos organizadores do Fashion Days, Toninho Sim?o (foto ao lado), por exemplo, ? dono de uma f?brica de meias e disse que fica antenado com as tend?ncias da moda. "Se voc? n?o estiver na moda, voc? dan?a. Ainda mais hoje sendo tudo eletr?nico".

Para ele, de 2000 at? agora, a moda na cidade est? crescendo muito, pelo interesse das confec?es estarem contratando estilistas. "Antigamente n?o tinha esse neg?cio de estilista", afirma.

Produ??o
Foto ilustrativa Para o evento Fashion Days, Sim?o conta que as lojas est?o contratando equipe de produ??o para o desfile. "Existe uma preocupa??o". Algumas f?bricas de Juiz de Fora aproveitam o evento para lan?ar a cole??o primavera-ver?o. "? um diferencial para os clientes", acredita.

O estilista de uma confec??o de jeanswear, M?rcio Ladeira (foto ao lado), trabalha com estilo h? mais de dez anos e acha que o acontecimento agu?a o mercado da cidade e que h? tempos os desfiles em Juiz de Fora est?o mais profissionalizados e pontuais. "Os estilistas est?o sendo mais cobrados a cada desfile. Quanto melhor, maior a exig?ncia", diz. Para o Fashion Days deste ano, M?rcio convidou uma equipe de produ??o de Belo Horizonte, com o objetivo de montar um desfile que conte uma hist?ria. "N?o s?o somente modelos carregando pe?as de roupas. Existe todo um conceito", explica M?rcio.

Conhecimento
Foto ilustrativa Para conhecer uma parte do vasto mundo, Juiz de Fora come?a a oferecer alguns cursos r?pidos de moda, tanto em centros t?cnicos quanto em faculdades. Por?m, quem deseja entender todo o processo de moda ainda deve sair de Juiz de Fora e procurar faculdades e/ou uma especializa??o latu sensu.

Este foi o caso da jornalista Nivea Heluey (foto abaixo). Formada em Comunica??o Social, pela Universidade Federal de Juiz de Fora, especializou-se em Jornalismo de Moda e Comunica??o de Moda, com cursos na Accademia di Moda e no Portland Institute of Arts.

Al?m disso, ? professora, consultora na ?rea de Comunica??o de Moda e escreve artigos de moda no portal ACESSA.com (Leia). "O meu caso em particular, foi uma realiza??o de planos que eu estava fazendo h? algum tempo. Al?m de vir de uma fam?lia que sempre esteve no ramo da moda, j? havia idealizado uma atividade espec?fica para um nicho de mercado muito segmentado".

Nivea Heluey Nivea diz achar bom Juiz de Fora ter cursos de terceiro grau nesta ?rea. "Acho muito bom que apare?am e formem bons profissionais. ? claro que quem tem o dom pra coisa j? est? saindo na frente".

A possibilidade de uma faculdade de moda em JF, em 2005, est? sendo cogitada, segundo Sim?o, mas ainda n?o ? oficial.

A consultora Nivea alerta: "O profissional de moda n?o ? apenas o estilista. O aluno sai da faculdade com capacidade de gest?o, administr??o de neg?cios de moda, pode atuar em pesquisa, produ??o de moda... Ser estilista n?o ? f?cil. Criar ? lindo, mas tem que vender".

O estilista M?rcio Ladeira sabe o que ? isso. Existe um mercado a ser trabalhado e clientes ?vidos de novidades pela produ??o em s?rie. "Quem trabalha numa empresa que produz muito, precisa mostrar n?meros. Quando um desenho meu ? aprovado, s?o cortadas cerca de 900 pe?as de uma vez. Agora, quando se ? um estilista conceitual, patrocinado e n?o precisa vender 'n?meros', a liberdade para criar ? total", explica M?rcio.

Enquanto a faculdade n?o chega a Juiz de Fora, Sim?o adianta que tamb?m vai realizar um curso de moda em Juiz de Fora, em 2005, com palestras e cursos para os lojistas e equipe de vendas. "J? existe um projeto para ano que vem realizarmos a Semana da Moda, inclusive com apoio do Centro Industrial", conta.

De olho no mercado
Foto ilustrativa O mercado da cidade tem chamado a aten??o de algumas marcas nacionais que instalaram suas filiais aqui. "Eles viram que precisam estar em Juiz de Fora, porque estavam perdendo campo, j? que o pessoal da cidade est? crescendo. Eles vieram nos procurar, tanto que tivemos que abrir dois hor?rios de desfiles que nunca existiram", afirma Sim?o.

Nivea tamb?m lembra que como "Juiz de Fora j? foi a Manchester Mineira, nossa hist?ria tem tra?os de pioneirismo e nossa ind?stria t?xtil, o come?o da linha de produ??o e cria??o, j? foi refer?ncia no Brasil".

Al?m disso, o consumidor est? mais exigente e analisa mais antes de comprar. "Com a abertura de mercado, a oferta de produtos cresceu. Quem for melhor, ganha e vende", diz M?rcio.