Fus?es entre ag?ncias de publicidade Em apenas um ano foram tr?s fus?es. H? ainda aquelas que optam em ficar sozinhas e as que, na contram?o, criam nova empresa. Mas, o objetivo ? comum: crescer cada vez mais no mercado

S?lvia Zoche
Rep?rter
24/11/2004
Marcos Villas Boas e Gisele Cid falam sobre a iniciativa de fus?o entre ag?ncias. Andreia Abr?o, que decidiu manter a empresa sem novos s?cios, opina sobre esta nova tend?ncia do mercado

Ou?a! Ou?a! Ou?a!

Foto ilustrativa Juiz de Fora parece estar seguindo a tend?ncia nacional de fus?es entre empresas. Quem antes era concorrente, passa agora a se tornar um grande aliado em busca de novos clientes no mercado. De 2003 pra c?, j? foi poss?vel registrar, na cidade, tr?s fus?es. Todas elas no ramo da ag?ncias de publicidade e propaganda. As primeiras a se consolidarem foram a Argo's e Ag?ncia 1, atualmente Rep?blica Propaganda, que j? comemoram um ano de atua??o. As outras fus?es foram da Cavalini Comunica??o com a Bel?m Marketing Propaganda, a atual Griffin Comunica??o, e da uni?o da Pib Propaganda com a Z&M Propaganda surgiu a Tr?pico Propaganda.

Por outro lado, num universo de cerca de 20 ag?ncias em Juiz Fora, algumas preferiram seguir sozinhas e encarar o mercado altamente concorrido. E, h? ainda aquelas que seguem na contram?o e desfazem da sociedade para criar uma nova ag?ncia. Para Luiz Cavalini Jr. (foto abaixo), s?cio da Griffin Comunica??o, o mais importante na fus?o, antes de qualquer negocia??o ? o di?logo. "A gente n?o pode pensar somente nas quest?es econ?micas. ? preciso perceber se existe intimidade. Nunca se sabe se o concorrente vai aceitar suas id?ias", explica.

Luiz Cavalini Jr. e Cristina Bel?m Cavalini conta que, desde 1999, pensava na possibilidade de fus?o com outra ag?ncia. "Isso, porque percebia que o mercado em Juiz de Fora ? muito fechado. Dentre outras, a fus?o era uma id?ia".

Com o surgimento do Clube de Cria??o de Juiz de Fora, Cavalini diz que foi mais f?cil conhecer os concorrentes. "Atrav?s das reuni?es da mesa diretora, tivemos mais contatos. Percebi que havia uma afinidade com os pensamentos da Cristina Bel?m (foto ao lado). Depois de muito di?logo, o segundo passo foi abrir os documentos da empresa e concretizar a uni?o profissional. Isso s? se faz depois de muita confian?a", afirma Cavalini.

Gisele Cid e Marcos Villas Boas J? no caso de Gisele Cid e Marcos Villas Boas (foto ao lado), os pioneiros da fus?o entre ag?ncias, na cidade, parece ter sido mais f?cil tomar a decis?o de unir for?as. "? claro que o Clube de Cria??o foi importante para mostrar que as ag?ncias possu?am os mesmos problemas e que poderiam encontrar as solu?es", complementa Marcos

Sua s?cia, Gisele Cid, afirma que um dos principais motivos para que a forma??o da Rep?blica se concretizasse foi que a antiga Argo's e Agencia 1 j? haviam trabalhado juntas antes.

"Isso, h? muito tempo. Logo na forma??o das ag?ncias. Fora isso, o Marcos chegou a trabalhar na Argo's. Ent?o, j? sab?amos a filosofia de trabalho de cada um", explica.

Abrir m?o de alguns clientes

Durante esse acerto, ? preciso saber o que se ganha e se perde com a fus?o. No caso das ag?ncias, se as duas que se fundiram possuem clientes que atuam no mesmo ramo de atividade ? imprescind?vel que um dos clientes deixe de ser atendido. "? quest?o de ?tica. Uma ag?ncia n?o pode atender duas empresas de supermercado, por exemplo", diz Cavalini. No caso da empresa de Cavalini e Cristina, eles puderam atender os antigos clientes, sem precisar de perder algu?m da carteira. "O ramo da Cristina ? imobili?ria e o meu ? o de inform?tica. Ent?o, n?o tivemos problemas".

Gisele e Villas Boas abriram m?o de tr?s clientes. "Tivemos que analisar a hist?ria de atendimento a esses clientes e suas potencialidades. Conversamos e eles compreenderam a situa??o. Nada traum?tico", explica Gisele.

Neg?cios

Foto site: http://homepage.esoterica.pt/~gbotelho/Ingles/fiscal.php A decis?o de montar uma nova ag?ncia n?o ? t?o simples. Existe a parte burocr?tica, a contrata??o de uma consultoria e advogados para regularizar o novo empreendimento. "N?o ? s? juntar tudo, mudar o nome e pronto. Envolve investimento de recursos. Em nosso caso, quer?amos uma nova sede e que fosse uma casa, redistribu?mos as fun?es, entre outras decis?es importantes e nada f?ceis", diz Gisele.

Marcos completa dizendo que foi uma necessidade de melhoria na estrutura. "Antes, em Juiz de Fora, todo mundo fazia tudo. Atendia, criava, produzia... Agora, temos uma ag?ncia com tudo dividido. Conseguimos atender melhor os clientes, antecipar a demanda e apresentar trabalhos mais consistentes, amplos e focados". O n?mero de funcion?rios inicialmente manteve-se. "Com o tempo, fomos agregando mais pessoas", diz Gisele.

Cavalini e Cristina decidiram manter o n?mero de funcion?rios e fixar a sede da nova ag?ncia na antiga Cavalini Comunica??o. "? uma casa grande e que possibilita expandirmos, se precisarmos", diz Cavalini. Quanto a parte econ?mica, o importante para eles foi unir for?as e diminuir os gastos. "Al?m disso, melhoramos o atendimento e diversificamos a carteira de clientes", conclui.

A marca

A escolha da marca da nova sociedade ? um passo importante e que exige paci?ncia. "Ficamos dois meses discutindo para saber os novos nome e a marca", diz Cristina.

"Li em um livro de Jorge Luiz Borges (Seres Imagin?rios) que cita o Grifo, um monstro da mitologia grega, metade le?o e metade ?guia. Achamos perfeitos para nos exemplificar. Como j? existe uma ag?ncia no Nordeste com o nome Grifo, resolvemos por Griffin, em ingl?s. J? a logo, pedimos a um artista que fizesse para n?s", diz Cavalini.

Villas Boas escolheu o nome em quinze dias e passou para a equipe. "Vimos que, apesar dos nomes antigos serem fortes, precis?vamos mudar. Sobre isso, n?o t?nhamos d?vida", diz Gisele. "O novo nome tinha que passar a id?ia de novos s?cios, com decis?es de mesmo peso e Rep?blica passa esse conceito de uni?o, criatividade, liberdade, irrever?ncia e novas diretrizes", explica Villas Boas.

Por outro lado...

Nem sempre a fus?o ? a sa?da para outras empresas. Algumas n?o se unem a outras id?ias por sentirem-se completas. ? o caso da ag?ncia Support. Uma das s?cias, Andreia Abr?o, diz que a ag?ncia foi criada, h? quase dez anos, com uma proposta de oferecer assessoria de imprensa e publicidade. "Nos sentimos completos na estrutura, cada um na sua fun??o. Acredito que uma ag?ncia, por exemplo, que ? mais especializada em televis?o precise se unir a quem ? mais focado no atendimento. Quando voc? pode oferecer mais op?es de trabalho para o cliente, mais voc? fideliza", conclui Andreia.

M?rcio Cabral Na "contram?o" das fus?es, tamb?m, est?o as ag?ncias que surgem como novas no mercado. A Go! M?dia ? um exemplo. A ag?ncia de publicidade nasceu h? quase dois anos e os atuais s?cios, M?rcio Cabral (foto ao lado) e Cristiano Coppus, resolveram abrir uma ag?ncia depois de terem trabalhado no ramo. "A nossa proposta de mercado ? diferente das ag?ncias que existem na cidade. Eu sou administrador, o Cristiano ? economista. Nosso perfil ? com a quest?o empresarial dos nossos clientes. Estamos preocupados com o resultado do trabalho e n?o, simplesmente, com layouts bonitos. Somos, praticamente, uma empresa de consultoria", afirma Cabral.

Para Cabral, a ag?ncia est? crescendo por n?o disputar diretamente com as outras ag?ncias de publicidade. "A Go! M?dia n?o tem um perfil agressivo de mercado. A maior parte de nossos cliente foram indica?es". Na opini?o de Cabral, as fus?es s?o boas para o mercado, por unir clientes e for?as. "Mas isso ? um term?metro: o mercado est? selecionando", conclui.