Produtos se adaptam ao estilo de vida dos solteiros Embalagens menores s?o aliadas dos consumidores que ainda n?o se casaram e preferem comprar produtos em menor quantidade


Guilherme Ar?as
Rep?rter
09/12/2008

Juiz de Fora segue a tend?ncia nacional e registra um aumento do n?mero de casamentos. A alta ? puxada principalmente pelo aumento dos casamentos consensuais, os chamados n?o-formais. De acordo com o Anu?rio Estat?stico de 2007, realizado pelo Centro de Pesquisas Sociais (CPS) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), entre 2003 e 2006 houve um aumento de 24% no n?mero de registros civis na cidade.

Mas nem todo mundo sonha em subir ao altar e viver ao lado de um companheiro pelo resto da vida. Alguns podem at? pensar, mas v?rias situa?es nos obrigam a passar os famosos apertos da vida de solteiro. A op??o pode ser tempor?ria, mas muita gente ainda prefere morar sozinho.

Para atender a esse p?blico consumidor, as empresas iniciaram o processo de adapta??o das embalagens dos produtos vendidos nos supermercados. Um simples cafezinho, por exemplo, que antes era armazenado na garrafa t?rmica durante horas, agora j? pode ser feito na medida certa de uma ?nica x?cara. Foto de Fellipe Gomes

Para o jornalista Fellipe Gomes (foto ao lado), as embalagens menores s?o a salva??o para que as por?es dos produtos sejam ideais ao conumo. Apesar de dividir um apartamento com mais tr?s amigos, as compras s?o feitas individualmente. "Quem mora sozinho tem um problema muito s?rio com o desperd?cio. Os produtos menores vieram salvar a vida do solteiro", avalia.

Fellipe destaca que, atualmente, ? f?cil encontrar esse tipo de produto nas prateleiras dos supermercados. "O p?o de forma, por exemplo, j? ? vendido em por?es menores. A lazanha congelada tamb?m ? uma boa op??o, al?m dos iogurtes, que s?o encontrados em unidades".

Mas o jornalista acredita que outros produtos ainda poderiam ganhar vers?es menores, como ? o caso do leite. "A embalagem orienta para consumir o leite em dois dias, mas um litro ? muito para mim. O ideal seria uma caixinha com meio litro", sugere.

Mercado em expans?o

Segundo o professor de Marketing Jo?o Roberto Marques Lobo, as empresas come?aram a adotar as embalagens menores h? cerca de cinco anos. A tend?ncia, segundo ele, ? que ainda nos pr?ximos tr?s ou quatro anos, algumas empresas que n?o investiram nesse segmento de mercado passem a investir.

"As empresas que apresentarem solu?es e produtos voltados a esse p?blico, v?o sempre conquistar uma vantagem competitiva", avalia. O professor reconhece a exist?ncia de v?rios lan?amentos que comprovam a necessidade de as empresas se adaptarem a esse tipo de demanda.

"No lan?amento de um novo alimento, por exemplo, em pelo menos uma parte dessa linha de produtos, vai haver um para atender a esse p?blico espec?fico. Isso acontece, principalmente, com produtos perec?veis".

Jo?o Roberto explica que os materiais de limpeza tamb?m podem ser adaptados nas embalagens menores, mas o motivo n?o seria o curto prazo de validade, e sim a necessidade de o consumidor usar o produto em determinado tempo.

Para o professor, os solteiros caracterizam um p?blico com poder de compra considerado bom, j? que, geralmente, n?o t?m despesas com outros membros da fam?lia. "Isso d? uma folga financeira maior no final do m?s. As empresas que n?o enxergarem isso podem estar deixando de conquistar um mercado bastante expressivo hoje."

Cuidados para o consumidor
Foto de Eduardo Schr?der

Apesar das facilidades para encontrar o mesmo produto em diversos pesos, quantidades e tamanhos, o superintendente do Procon de Juiz de Fora, Eduardo Schr?der, alerta para os cuidados com os abusos cometidos por empresas e supermercados.

"Algumas promo?es do tipo leve 3 e pague 2 s?o caracterizadas como venda casada se houver majora??o de pre?o. Se eu compro um pote de maionese e ganho um tempero de brinde, o consumidor deve ter, obrigatoriamente, a op??o de levar apenas o produto isoladamente e com o mesmo pre?o".

A chamada venda casada est? descrita no C?digo de Defesa do Consumidor como pr?tica abusiva quando o estabelecimento condiciona "o fornecimento de produto ou de servi?o ao fornecimento de outro produto ou servi?o, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos".

Mas, de acordo com o superintendente, o consumidor deve ficar atento ?s reais pr?ticas irregulares. A venda das bandejas de iogurtes, por exemplo, n?o ? considerada irregular, j? que n?o ? dado ao consumidor o direito de violar a embalagem.

"O fornecedor coloca o produto no mercado de consumo da forma que ele quiser. Em v?rios desses produtos s?o feitos estudos sobre a embalagem e a quantidade para serem colocados ? venda. E, nem por isso, o consumidor deixa de encontrar esses produtos em unidade", explica Schr?der.

Quando a embalagem ? ?nica, certas informa?es devem estar contidas no r?tulo, como o prazo de validade e os valores nutricionais, obrigat?rios em todos os produtos. Se o consumidor viola a embalagem dentro do supermercado est? cometendo crime de dano. "O produto s? ? seu quando voc? paga e sai do supermercado", alerta o superintendente.