Segunda-feira, 23 de mar?o de 2009, atualizada ?s 11h

Tuberculose matou 11 pessoas nos ?ltimos dois anos em Juiz de Fora


Guilherme Ar?as
Rep?rter

Nos ?ltimos dois anos, 11 juizforanos morreram v?timas da tuberculose ou por alguma complica??o de sa?de influenciada pela doen?a. S? em 2008, 247 casos da doen?a foram registrados na cidade. No ano anterior foram 223 e em 2006, 300 casos. A Secretaria de Sa?de ainda n?o tem o balan?o da doen?a em 2009, mas informou que 94 pessoas alcan?aram a cura no ?ltimo ano e 131 pacientes ainda continuam em tratamento. Os dados foram divulgados nesta ter?a-feira, 24 de mar?o, Dia Mundial de Combate ? Tuberculose.

O n?mero de curas poderia ser maior, caso os pacientes se dedicassem ? conclus?o dos seis meses previstos do tratamento. Esta ? a constata??o dos profissionais da sa?de. De acordo com o pneumologista e m?dico do Hospital Universit?rio da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Jorge Baldi, se tratada corretamente, a tuberculose ? curada em 100% dos pacientes.

"O problema ? que um grupo de pacientes deixa de tomar os medicamentos ap?s constatar a melhora de alguns sintomas. No in?cio, eles realmente desaparecem e o risco de contamina??o diminui muito, mas a doen?a ainda continua. Se o tratamento for interrompido, o combate ? tuberculose pode ficar comprometido, pois o bacilo adquire maior resist?ncia aos medicamentos", explica.

Em Juiz de Fora, o tratamento ? oferecido pelo SUS na Unidade de Cl?nicas Especializadas, no Hospital Dr. Jo?o Penido e no Centro de Aten??o ? Sa?de do HU.

Novo tratamento

Na ?ltima segunda-feira, dia 23 de mar?o, o ministro da Sa?de, Jos? Gomes Tempor?o, anunciou que o Brasil vai adotar um novo tratamento contra a tuberculose. O novo esquema terap?utico, recomendado pela Organiza??o Mundial da Sa?de (OMS), aumenta o n?mero de drogas de tr?s para quatro e reduz a quantidade de comprimidos di?rios de seis para dois. O novo medicamento custa ao SUS menos de 30 d?lares por paciente durante o tratamento de seis meses, sendo que o antigo custava 40 d?lares.

Com a mudan?a, o governo tamb?m espera aumentar a ades?o dos pacientes ao tratamento. Hoje, 8% deles o abandonam antes da cura. A taxa de abandono preconizada pela OMS ? de menos de 5%.

Segundo informa?es do Minist?rio da Sa?de, no ?ltimo ano, foram registrados 72 mil novos casos da doen?a em todo o Brasil, com uma m?dia de 38,2 casos por cem mil habitantes. O levantamento tamb?m aponta 4,5 mil mortes em decorr?ncia da doen?a.

A incid?ncia entre os homens (cerca de 50 por cem mil) ? o dobro do registrado entre as mulheres. J? as popula?es mais vulner?veis s?o as ind?genas (incid?ncia quatro vezes maior do que a m?dia nacional), portadores de HIV (30 vezes maior), presidi?rios (40 vezes maior) e moradores de rua (60 vezes maior).

O que ? a tuberculose?

O microorganismo causador da doen?a ? o bacilo de Koch, cientificamente chamado Mycobacterium tuberculosis. Os bacilos, medindo apenas dois mil?simos de cent?metros, s?o transportados por part?culas ?midas que ficam pairando no ar e podem permanecer suspensas durante horas prontas para serem inaladas pelo pulm?o de uma pessoa. Cada got?cula carrega de um a tr?s bacilos. Outras esp?cies de micobact?rias tamb?m podem causar a tuberculose. S?o elas: Mycobacterium bovis, africanum e microti.

Entre os sintomas mais evidentes, que podem se manifestar isoladamente ou n?o, est?o:

  • Tosse seca cont?nua, por aproximadamente 21 dias, seguida de secre??o por mais de quatro semanas, transformando-se, na maioria das vezes, em uma tosse com pus ou sangue (escarro);
  • Cansa?o excessivo;
  • Febre constante, de temperatura baixa, geralmente ? tarde ou ? noite;
  • Sudorese noturna;
  • Falta de apetite;
  • Palidez;
  • Emagrecimento acentuado;

    • A transmiss?o ? direta, de pessoa doente ? sadia, portanto, a aglomera??o de pessoas ? o principal fator de transmiss?o. Ao falar, espirrar ou tossir, o doente expele pequenas gotas de saliva que cont?m o agente infeccioso e podem ser aspiradas por outro indiv?duo, contaminando-o. M? alimenta??o, falta de higiene, tabagismo, alcoolismo ou qualquer outro fator que gere baixa resist?ncia org?nica tamb?m favorecem o estabelecimento da doen?a.

      A preven??o se d? na inf?ncia, atrav?s da imuniza??o de beb?s com a vacina BCG. Outra forma de preven??o ? evitar aglomera?es, especialmente em ambientes fechados, e n?o utilizar objetos de pessoas contaminadas.

      Informa?es: CAS/HU

Os textos s?o revisados por Madalena Fernandes