Quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010, atualizada às 17h21

Piso salarial para profissionais de urgência e emergência é apresentado. Impasse entre PJF e servidores continua

Clecius Campos
Repórter

O Quadro de Valores de Referência (QVR) que apresenta o piso salarial dos cargos de saúde da urgência e emergência foi apresentado a membros do Sindicato dos Servidores Públicos de Juiz de Fora (Sinserpu) e do Sindicato dos Médicos na manhã desta quarta-feira, 24 de fevereiro.

De acordo com o presidente do Sinserpu, Cosme Nogueira, os pisos salariais propostos pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) são de R$ 4.000 para médicos e enfermeiros, R$ 1.300 para auxiliares de enfermagem 1 e R$ 2.300 para auxiliares de enfermagem 2. Nogueira considera que a proposta da PJF pode melhorar. Segundo o sindicalista, a ideia é discutir a sugestão com os representantes, a fim de que uma contraproposta seja apresentada o mais rápido possível. "Somos favoráveis a um valor fixo para a gratificação da urgência e emergência que independa do salário. Um auxiliar de enfermagem 2, no mais alto nível de ganhos trienais, recebe hoje R$ 2.360, além das gratificações. Um piso único, próximo ao salário desse profissional, pode ser considerado uma perda para a carreira."

O secretário-geral do Sindicato dos Médicos, Geraldo Sette, também aponta a necessidade de apresentação de uma contraproposta. O motivo é o mesmo destacado por Nogueira: o QVR penalizaria médicos com mais tempo de casa. "Para os iniciantes, a remuneração apresentada está próxima da praticada hoje no mercado local. Porém, os veteranos vão se sentir prejudicados. O piso é baixo para os profissionais de longa carreira", opina.

Sette critica ainda o fato de a proposta não compensar profissionais plantonistas, nem aqueles que passaram parte da vida profissional na urgência e emergência. "Do jeito como foi apresentado, o médico aposentado perde a gratificação assim que deixar o cargo. Queremos garantir que essa dedicação seja devidamente valorizada."

Questões pendentes

O representante dos médicos afirma que algumas questões continuaram pendentes, mesmo após a reunião, principalmente no que concerne à remuneração dos médicos diaristas das unidades hospitalares e dos profissionais que trabalham em regime de sobreaviso. Para Sette, a única boa notícia é de que as atuais remunerações serão preservadas até que seja feito um acordo. "Isso tranquiliza a categoria."

Em nota, a Secretaria de Administração e Recursos Humanos (SARH) considerou a apresentação da proposta como um "passo importante na regularização de todas as situações dos profissionais ligados às unidades de urgência e emergência". Segundo a nota, durante a reunião o titular da SARH, Vítor Valverde, afirmou que a proposta representa, em muitos casos, significativo aumento nos valores recebidos hoje.

A intenção é de que a implantação do QVR seja gradativa, até atingir todos os servidores da área. Uma nova reunião entre servidores e PJF deverá ser marcada nos próximos dias. Segundo a assessoria de comunicação da SARH, a intenção é construir uma proposta conjunta para a categoria.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes