Ter?a-feira, 20 de novembro de 2007, atualizada ?s 18h18

Carro financiado em 99 vezes diminui o valor da presta??o, mas os juros aumentam e seu valor no mercado desvaloriza


S?lvia Zoche
Subeditora

Uma nova linha de cr?dito foi lan?ada por um banco, no Brasil, para compra de carros zero. O consumidor que quiser financiar um ve?culo vai poder faz?-lo em at? 99 vezes, ou seja, vai pagar presta?es durante oito anos e tr?s meses.

Este tipo de neg?cio ainda n?o chegou a Juiz de Fora, mas o gerente de vendas de uma concession?ria de carros da cidade, ?ngelo Augusto Paradinha, acredita que "este n?mero de presta?es funciona bem em termos de m?dia".

Na concession?ria onde ?ngelo trabalha existe a possibilidade de parcelamento em at? 84 vezes ou sete anos de presta?es. "At? hoje, n?o fiz nenhum parcelamento de 84 vezes. As pessoas preferem fazer em 60 vezes, porque os juros aumentam muito e a diferen?a da presta??o de 60 para 72 vezes, por exemplo, ? pequena", comenta.

Segundo operadora residente de um banco de uma montadora de ve?culos, Val?ria Guimar?es, na concession?ria onde trabalha ? permitido parcelar o valor de um ve?culo em at? 72 vezes. Ela explica que o interessado precisa ter uma renda m?nima tr?s vezes maior que o valor da parcela.

Vantagens e riscos

O economista Guilherme Ventura comenta vantagens e riscos de se fazer uma presta??o t?o longa como a de 99 vezes. As vantagens para o consumidor ? o acesso a compra. "Quando se estica o prazo, a presta??o fica menor e ele consegue encaixar em seu or?amento", exemplifica.

Para as concession?rias, esta linha de cr?dito alavanca demanda e vendas. "Muito do que vimos no crescimento de venda de autom?veis tem a ver com o aumento do n?mero das parcelas", comenta.

Para os bancos, uma das vantagens ? que "por uma taxa relativamente alta, consegue uma fideliza??o do cliente a longo prazo". A partir disso, ele consegue tra?ar o perfil deste consumidor e oferecer novos neg?cios dele com o banco.

Um dos riscos para este consumidor ? que pela opera??o ser muito longa, existe uma desvaloriza??o do autom?vel no mercado. "At? seis anos, ele ainda consegue encontrar mercado para este ve?culo", diz Ventura. Para a concession?ria, existe a possibilidade do mercado perder a for?a. "A demanda aumenta agora, mas se a economia tiver um crescimento moderado, por exemplo, a demanda pode se esgotar".

Ventura acredita que para os bancos o risco seja menor ou quase nulo. "Se o banco fizer uma boa an?lise de cr?dito, o risco ? pequeno".