Ana Letícia Sales
27/05/02
Nascido em 1973, Rogério Terra Júnior morou na cidade de Chácara até o 17 anos. Desde os 11 já estudava em Juiz de Fora e, segundo ele, o contato com os longa-metragens sempre foi raro. "Geralmente, eu e meus familiares íamos uma vez por ano ao cinema", conta. Nessa época Rogério conviveu com o que ele chama hoje de primeiro modelo de cinema brasileiro viável: Os Trapalhões. "Eles fizeram filmes que cativavam o público". Mais tarde, em busca de outros modelos de cinema nacional que dessem certo, ele encontrou o Cinema Novo. "Além de artesanais, os filmes desta época (década de 60) tinham um cunho cultural e político muito forte", diz.
Como nasce um artista
Na adolescência, Rogério já produzia alguns vídeos caseiros. "Meus amigos e
familiares eram os atores". Tudo era muito artesanal, com câmeras VHS e
fazendo cópias de vídeo para vídeo. "Uma dessas obras chegou a ser premiada
por um concurso da Funalfa", relembra.
![]() Vídeo "Rosário dos artúrios" do ano de 1999. |
Mas foi na faculdade que Rogério desenvolveu a linguagem cinematográfica.
Ele ingressou na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de
Juiz de Fora, em 1992.
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No final do curso, em 1997, veio o contato com a produção de c quando conheceu pessoas que trabalhavam nesta área. "Havia o início de um movimento d diretores e técnicos em Juiz de Fora. Estes profissionais (entre eles José Sette, Alexandre Alvarenga e Mauro Pianta) queriam desenvolver novas propostas de cinema".
Produções e prêmios
Entre as produções estão vários vídeos e três curta-metragens em cinema: Sagrado Coração da Memória, Sob a Sombra dos Anjos e Os Fantasmas da Cidade.
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Os Fantasmas da Cidade: Uma pequena viagem pela história da arquitetura em Juiz de Fora, do início ao fim do século XX. | A Luz Fragmentária: documentário sobre o pioneiro das transmissões de TV no Brasil, Olavo Bastos Freire. |
Sagrado Coração da Memória foi realizado em 96, como projeto experimental do Curso de Comunicação. "Mesmo sendo o primeiro trabalho, eu considero o mais bem produzido e acabado", afirma Rogério. Produzido em 16mm e finalizado em vídeo, o curta teve a colaboração de Mauro Pianta e de uma produtora de Belo Horizonte. Recebeu, em 1997, o prêmio de melhor filme de ficção no 11º SET Universitário da PUC do Rio Grande do Sul.
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Em 1998 Rogério filmou Sob a Sombra do Anjos (foto a esquerda), que foi exibido nos festivais de Brasília e do Rio de Janeiro em 1999, dentre outros. Em 2000 foi a vez de Os Fantasmas da Cidade, produzido com recursos da Lei Murilo Mendes.
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Paralelamente ao trabalho de cinema, Rogério produziu vídeos exibidos
nacionalmente. Segundo
ele, três merecem destaque:
- Madalena, flores de plástico, coração de fogo (foto à direita). Produzido em 1997
recebeu os prêmios de melhor vídeo experimental no 13º Rio Cine
Festival
(97), melhor vídeo na 13ª Mostra de Vídeo de Santo André.
- Rosário dos artúrios. De 1999. Prêmio de melhor vídeo
experimental na 3ª Mostra MIS (Museu da Imagem e do Som) de São
Paulo, (99).
- A luz fragmentária. Produzido no ano de 2000, recebeu menção honrosa no 5º Festival de Cinema e Vídeo de Curitiba (2001).
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