Pablo Peixoto
Juizforano ? convidado para ser roteirista de uma s?rie
que estr?ia na televis?o nacional e internacional

Ricardo Corr?a
Rep?rter
16/01/2006

Clique nos ?cones ao lado, veja uma mat?ria com a hist?ria de Pablo Peixoto e suas impress?es sobre o novo desafio em Avassaladoras - A S?rie e baixe seu primeiro trabalho que fez sucesso: "Clich? - o filme".

Um dia, Pablo Peixoto resolveu escrever. Juntou alguns amigos que faziam aulas de kung fu e montou um roteiro do que seria um filme, o primeiro que lembra ter feito. Ele ainda era crian?a e nem imaginava em qual est?gio chegaria. E pensava parecido at? menos de um ano atr?s.

Foi quando, em julho de 2005, recebeu o convite para ser um dos roteiristas de Avassaladoras - A S?rie, que a Rede Record (dia 27) e o Canal Fox (dia 25) come?am a exibir no final deste m?s de janeiro. Mas embora muitos anos tenham se passado, desde as brincadeiras com a c?mera at? a primeira experi?ncia internacional (o sitcom ser? exibido em toda a Am?rica Latina), as coisas aconteceram muito r?pido.

O grande passo para o est?gio em que chegou foi a entrada na Faculdade de Comunica??o, em 1998. Mas antes, como no filme sobre kung fu, Pablo j? arriscava seus roteiros. "Amadoristicamente fiz esses filmes de crian?a. Eu n?o tinha c?mera, mas as hist?rias eram sempre minhas. Fiz alguns filmes que nunca terminavam tamb?m. Faz?amos as primeiras grava?es e fic?vamos de fazer a segunda, que nunca sa?a. O primeiro que lembro foi o filme de kung fu. Contava a hist?ria de dois amigos presos na fazenda de um traficante. E eu era o traficante" lembra Pablo, que na ?poca morava em Al?m Para?ba.

O interesse por v?deo
O interesse pelos v?deos foi crescendo e surgiu a id?ia de entrar na Faculdade de Comunica??o. Mas n?o para fazer jornalismo. Ele sempre deixou claro que preferia o entretenimento, contando uma hist?ria que ele criou. Decidiu, porque pensava em fazer publicidade.

No curso, come?ou a fazer trabalhos em v?deo ao inv?s dos escritos. Um deles, sobre o expressionismo alem?o, fez sucesso entre os amigos e ele passou a fazer os trabalhos dos outros grupos, tamb?m em v?deo, retratando a Nouvelle Vague e o cinema nacional, por exemplo.

Depois disso, passou a ser bolsista de uma produtora que funciona na Faculdade e, segundo ele mesmo diz, come?ou a aprender mais t?cnica: como operar c?mera, ilumina??o, fazer um roteiro usando menos do intuitivo. Nesta mesma ?poca, fazia tr?s disciplinas com o mesmo professor, todas relacionadas ? TV. Ao inv?s de fazer trabalhos em cada uma delas, prop?s que fosse feito um grande projeto, unindo as tr?s. Era um v?deo, e o roteiro come?ou de uma conversa de amigos entre ele e Gibran Rocha.

"Come?amos a conversar sobre todos os clich?s de filmes adolescentes e quando terminamos n?s rimos muito e t?nhamos uma hist?ria completa. Fui para casa e escrevi a sinopse", lembra Pablo. A hist?ria acabou empolgando muita gente na faculdade e foi poss?vel montar elenco, figura??o e equipe t?cnica completa. Mais de 60 alunos participaram de uma reuni?o de pessoas que nunca havia acontecido e nunca voltou a acontecer no curso.

Algumas exibi?es privadas foram suficientes para fazer com que o nome Pablo Peixoto passasse a ser associado sempre ? sua obra mais conhecida. E foi como roteirista de "Clich? - O filme" que ele saiu da Faculdade. Mas n?o parou de fazer v?deos. "Eu fui depois para um est?gio (em uma empresa de telecomunica?es) e fiz um v?deo institucional, com gerentes fantasiados e que agradou muito", lembrou Pablo, que depois fez p?s-gradua??o em Marketing.

O convite para a s?rie
Depois foi parar na ?rea em que imaginava: a publicidade. J? em sua terceira ag?ncia diferente, fez alguns comerciais que est?o no ar atualmente e que v?m sendo bastante elogiados. Como redator de publicidade, passou a conhecer outras pessoas e assim come?ou a surgir a hist?ria que vai chegar em "Avassaladoras - A S?rie". Essa parte, ele mesmo conta:

"Eu passei a ir encontrando virtualmente com as pessoas da ?rea. E no Orkut havia uma comunidade selecionando roteiristas para uma s?rie chamada "Board" que a Fox estava trazendo para o Brasil. Mas n?o levei tanto a s?rio aquela hist?ria de sele??o pela internet e escrevi um texto ironizando o pr?prio processo seletivo. E eles gostaram", explica Pablo.

O projeto da s?rie, no entanto, n?o prosseguiu, mas isso serviu para que Pablo conhecesse outros roteiristas selecionados. Um deles acabou sendo convidado para fazer "Avassaladoras" e chamou Pablo para participar. Dos 22 epis?dios iniciais da s?rie, ele escreveu dois. Ironicamente, o que tinha come?ado com a possibilidade de escrever para "Board", que versava sobre o comportamento masculino, acabou desencadeando a proposta para "Avassaladoras", que tem o mesmo enfoque, s? que no caso do comportamento feminino.

"Eu passei a mergulhar em livros de auto-ajuda, tentar entender o universo feminino. E eu me inspiro na minha esposa para falar sobre as mulheres", explica Pablo, que casou-se recentemente, na mesma ?poca em que recebeu o convite para Avassaladoras, s?rie que vai contar com atores conhecidos como Gisele Iti?, Vanessa L?es, Debora Lamm, Virg?nia Cavendish, Eduardo Galv?o e M?rcio Garcia.

Em Juiz de Fora
O trabalho, no entanto, n?o tirar? Pablo de Juiz de Fora. Ele continuar? escrevendo e dirigindo comerciais na cidade e, faz os roteiros da s?rie ? dist?ncia. O primeiro, j? aprovado, ser? o quarto epis?dio a ser exibido e chama-se "S?ndrome de Peter Pan". Fala sobre o fato de os homens nunca quererem crescer. Ele explica que faz parte de uma trilogia, que j? tem um segundo epis?dio em produ??o: "S?ndrome de Cinderela", sobre mulheres que esperam um pr?ncipe encantado, est? em fase de aprova??o pela dire??o da s?rie e deve ser exibido entre o d?cimo e o vig?simo epis?dio.

Mas Pablo vai fazer as malas, mesmo que temporariamente. Para passar quinze dias no Rio de Janeiro, em um curso intensivo que ter?, como professores, Walcyr Carrasco (TV Globo), Magalh?es Jr (SBT), e Lauro C?sar Muniz (Record), entre v?rios outros grandes nomes da televis?o. Ser? a chance tamb?m de conhecer as pessoas que te contrataram e de conhecer o set de grava?es da s?rie.

"Eu n?o conhe?o ningu?m. Vou conhecer agora. Os contatos eram todos por email, pela internet. O chefe de reda??o eu s? conhe?o por foto", conta o roteirista juizforano, que tamb?m trabalha em uma sinopse para um produ??o em Juiz de Fora, um sitcom que poderia ser exibido em tv a cabo na cidade. Os estudos tamb?m continuam, com mestrado em Sociologia, enfocando a Sociologia da Cultura e falando sobre m?sica. "Foi uma forma de continuar falando de entretenimento", conta o roterista, que agora abre novos horizontes, mas tem um pensamento simples do que quer continuar fazendo daqui h? alguns anos. "Produzir", resume.