Dnar Rocha O poeta das imagens mineiras, sempre vivas de cores e tra?os estonteantes que escolheu Juiz de Fora para viver

Renata Cristina
24/11/2006

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Dnar Rocha

Pinceladas ?geis e en?rgicas para retratar impress?es e cen?rios mundanos. Dnar Rocha ? o que podemos chamar de poeta das imagens mineiras, sempre vivas de cores e tra?os estonteantes. Marcado pelo movimento expressionista, seu trabalho reflete originalidade e amor pela terra m?e. A Zona da Mata Mineira sempre esteve estampada em seus quadros, atrav?s de sua cidade natal, Tabuleiro, al?m da cidade que lhe acolheu ao longo da vida, Juiz de Fora.

A grandiosidade de Belo Horizonte e as verfurosas Ub? e Vi?osa tamb?m foram objeto de sua obra. A Pra?a da Esta??o, o bairro S?o Mateus, igrejas e lugares comuns, aos olhos dos juizforanos, se transformaram em mat?ria-prima para o consagrado pintor. A natureza morta ? outra marca de sua linguagem art?stica, dotada de sabedoria ao explorar a luminosidade do branco.

H? quem identifique em sua obra, uma fase "Branca", assim como a fase azul e rosa do pintor espanhol Pablo Picasso. A denomina??o remete ao per?odo em que Dnar fez grande uso da cor branca em seus trabalhos, embora sua grande marca esteja nas cores fortes e cheias de contrastes.

Nascido em julho de 1932, momento da Revolu??o Constitucionalista em S?o Paulo e dos reflexos da crise econ?mica mundial de 1929, Dnar parece ter carregado consigo as marcas da luta e da hist?ria de seu tempo. A labuta come?ou em Tabuleiro, regi?o pr?xima ? Juiz de Fora, atualmente com cerca de 4 mil habitantes. L?, Dnar viveu com os pais e mais oito irm?os at? o ano de 1951, quando a fam?lia decidiu mudar-se para Juiz de Fora.

Eis o pintor

Dnar Rocha Ao ingressar na Sociedade de Belas Artes Ant?nio Parreiras, no ano de 1953, Dnar Rocha participou do maior movimento de artes pl?sticas j? existente na regi?o ao lado de Carlos Bracher, N?vea Bracher, Renato Stehling, Heitor de Alencar, Silvio Arar?o, Am?rico Rodrigues, Carlos Gon?alves, Renato de Almeida, D?cimo Bracear, Reydner, Wandir Ramos, entre outros.

Sua primeira exposi??o foi em 1954, no Sal?o Oficial de Juiz de Fora, dando seq??ncia a uma s?rie de mostras coletivas e individuais em diversos lugares de Minas, al?m do Rio de Janeiro e Bras?lia. Dnar participou de Sal?es relevantes no cen?rio art?stico, como o Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, o Sal?o Nello Nuno, VI Sal?o de Artes Pl?sticas do CEC, em Belo Horizonte, dentre outros. Sua ?ltima mostra, "Pinturas, hoje", foi em maio de 2005, no Centro Cultural Pr?-M?sica.

Alguns de seus trabalhos ultrapassaram as fronteiras tupiniquins e est?o no acervo de entidades, como a Embaixada do Brasil em Washington e na Galeria de Arte Visual em Boston, nos Estados Unidos. De acordo com seus familiares, h? cole?es particulares de Dnar tamb?m na Europa.

Por sua representatividade art?stica ao longo de sua vida, o pintor foi agraciado com a Comenda Henrique Halfeld, em 1983, e reconhecido como Cidad?o Honor?rio de Juiz de Fora, em 2000. No mesmo ano, foi contemplado com a Medalha Comemorativa do Sesquicenten?rio de Juiz de Fora e, tr?s anos depois, com a Medalha comemorativa do Sesquicenten?rio da C?mara Municipal de Juiz de Fora.

Marcas pessoais
Dnar Rocha

Dnar Rocha era um homem simples e dotado de um forte esp?rito cr?tico. Amigo de pintores como Renato Stheling, Carlos e N?vea Bracher, sempre esteve envolvido em trabalhos ligados ? cultura e chegou a integrar o Conselho de Amigos do Museu Mariano Proc?pio, dentre outros movimentos.

Al?m de pintor, exerceu atividades como farmac?utico, barbeiro, ceramista, comerci?rio e contabilista. Dnar casou-se duas vezes, a primeira, com Helo?sa Bittencourt e, mais tarde, com Aida C?lia Rocha, mas n?o teve filhos. Um de seus irm?os, Jos? Rocha Barros, trabalhou durante anos no setor audiovisual da Funda??o Cultural Alfredo Ferreira Lage (FUNALFA).

Suas influ?ncias art?sticas passam pelos pintores S?lvio Arag?o e Heitor de Alencar, al?m do amigo pessoal Carlos Bracher. No cen?rio internacional, Dnar mostrava forte admira??o pelos pintores franceses C?zzane e Bonnard. Os versos que embalavam sua vida estavam nas can?es de Geraldo Pereira e Djavan, m?sicos favoritos do pintor.

Question?rio de Proust
Realizado por Jos? Alberto Pinho Neves a Dnar Rocha, em abril de 2005.

Qual ?, para ti, o c?mulo da mis?ria moral? A ingratid?o, o ego?smo e a inveja. Onde gostaria de viver? Em mim mesmo. O seu ideal de felicidade terrestre? Sa?de f?sica e mental. Os seus pintores favoritos? Portinari e Lasar Segall. O seu m?sico favorito? Geraldo Pereira. As qualidades que voc? prefere na mulher? Intelig?ncia e bondade. A sua ocupa??o preferida? Observar a natureza. Quem gostaria de ter sido? Eu mesmo. Os principais atributos do seu car?ter? Paci?ncia ativa e solidariedade. Que mais deseja aos seus amigos? Paz de esp?rito. O seu principal defeito? A vaidade. O seu sonho de felicidade? Paz interior. Qual a maior das desgra?as? O medo delas. Que profiss?o desajaria exercer? Farmac?utico. Que flor prefere? A silvestre . Os seus autores preferidos? Machado de Assis e Oscar Wilde . O seu her?i preferido? Nelson Mandela . Os seus her?is na vida real? Os cientistas . O que mais detesta no homem? A mentira . Car?ter hist?rico que mais abomina? Os ditadores ou as ditaduras . A reforma pol?tica que mais ambicionaria o mundo? Igualdade e oportunidade a todos . O dom da natureza que mais gostaria de possuir? Voar. Como desejaria morrer? Trabalhando . Estado presente do seu esp?rito? Bom. A sua divisa? O bem .

Dnar Rocha faleceu, hoje, dia 24 de novembro de 2006, em Juiz de Fora
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