Em 2 de julho de 2022, Ana Beatriz abriu o placar, na final da Copa Bahamas de Futsal, para o Clube Bom Pastor, no primeiro tempo contra o Alpha Biquense. No segundo tempo, o time adversário empatou a partida com gol de Rafaela Aline. De falta, Fernanda Gabriela virou a partida e deu o título para o time juiz-forano. Ao erguerem o troféu de campeãs, elas não superaram somente um jogo, superaram as dificuldades e preconceitos que a sociedade impõe ao futebol feminino mesmo em pleno século XXI.
A luta por um espaço é diária e movida pela paixão de jogar futebol. “O futsal feminino não é valorizado da forma como ele merece. As empresas ainda não compram o futsal como compram o futebol de campo e no feminino piorou. Vamos atrás das marcas para coloca-las na camisa, no banner, postar nas redes sociais e vamos usar esse material por um bom período de tempo e sempre ouvimos que está caro. Um anúncio no rádio, que as vezes alcança menos pessoas, custa 10x mais o valor que pedimos de patrocínio. Ainda falta as empresas comprarem a ideia do futsal” relata Brenda Martins, jogadora do clube.
Mesmo com todas as dificuldades é enxergada uma luz no fim do túnel. Renata Chaves, a Renatinha, goleira e capitã do time, nota um crescimento no futsal feminino em Juiz de Fora. “Cresceu bastante nos últimos dois anos, principalmente depois da pandemia. Estamos buscando visibilidade na cidade. Pode melhorar mais, mas notamos uma melhora significativa".
O time do Bom Pastor tem uma comissão técnica de peso. Jean Albuquerque e Fabiano Querino, ambos ex-atletas de futsal e bastante conhecidos na cidade. Já defenderam equipes como Sport Club e AABB e hoje estão no comando da equipe do Clube Pastor. Jean explica como é treinar um time feminino. “Estou há seis anos com as meninas e o inicio foi bem difícil. Hoje já estou bem adaptado. É um jogo mais técnico, não tem tanta intensidade, pelo menos na nossa realidade. A parte individual tem que ser um pouco melhor, pois se não o jogo não acontece”.
Jean e Renatinha compartilham da mesma visão em relação ao cenário do futsal feminino em Juiz de Fora. “Hoje o futsal na cidade cresceu muito e vemos isso devido a quantidade de clubes que tem categorias de base na cidade. Podemos crescer mais, evoluir mais. A qualidade do jogo melhorou, mas podemos melhorar ainda mais nesse aspecto” explica Jean.
A paixão pelo futebol começou cedo. "Sempre brinquei na rua, e era ruim (risos) e quando a gente é ruim na linha vai para o gol, aí virei goleira" conta Renatinha. "Eu sempre joguei futebol, sou de Matias e lá não tinha escolinha feminina, só masculina. Era eu e mais uma menina no time masculino. Depois que cresci apareceu um time feminino lá, mas acabou e vim para Juiz de Fora", relata Brenda.
Para as meninas que querem fazer parte do time do Clube Bom Pastor, as portas estão abertas para novos talentos. Além do time adulto, o clube conta com o sub-17. “A gente quer dar oportunidade para quem quer jogar. Se chegar aqui hoje pedindo para treinar, mesmo fora da seletiva, pode treinar. Vai sentir um pouco, pois não está acostumada, mas vai ter a oportunidade de mostrar o futsal que tem pra jogar. Se procura trabalhar para evoluir e melhorar e só nos procurar”, garante Albuquerque.
Colaboração da Treinee Isabella Oliveira do 8° Período de Jornalismo do Centro Universitário Estácio Juiz de Fora
Tags:
campeonato | futebol | futsal | futsal feminino | juiz de fora
Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!