SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Governo do Estado de São Paulo suspendeu o pagamento de salário do tenente da Polícia Militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, 30, indiciado por homicídio qualificado após efetuar o disparo que matou o lutador Leandro Lo, 33.

Velozo está detido desde o último domingo (7), quando, após ter pedido de prisão temporária de 30 dias aceito pela Justiça, se entregou à Corregedoria da PM.

A portaria do Comando Geral da PM que determina a suspensão salarial foi publicada na edição da última quarta-feira (10) do Diário Oficial do Estado de São Paulo. A medida foi adotada devido à prisão preventiva do acusado.

"O policial está preso, nós abrimos um procedimento disciplinar, e o salário dele está suspenso. Eu não tenho nenhuma dúvida que vai terminar o processo disciplinar com a expulsão dele. Isso não representa a Polícia Militar de São Paulo, isso não representa o esforço de treinamento e profissionalização da polícia", disse o governador Rodrigo Garcia (PSDB).

A versão da defesa do tenente Velozo é que o tiro disparado contra Leandro Lo foi em legítima defesa. O advogado do PM, Claudio Dalledone Junior, ainda afirma que seu cliente estava cercado por seis lutadores no momento do disparo.

O CRIME

O advogado da família do lutador, Ivã Siqueira Junior, afirma que testemunhas disseram que os dois se desentenderam após Velozo entrar na roda de amigos de Lo, pegar uma garrafa de bebida e começar a chacoalhá-la. Segundo relatos, o policial tentava provocar o atleta.

Lo teria em seguida derrubado o tenente e o imobilizado. Outras pessoas se aproximaram e separaram a briga, sem ter havido agressões, ainda segundo relatos.

Velozo teria, então, sacado a arma que levava na cintura e atirado uma única vez na cabeça do lutador, atingido na testa. A vítima chegou a receber os primeiros socorros de um médico no local e levada ao hospital, mas não resistiu.

O policial já havia sido investigado pela Corregedoria e condenado pelo Tribunal de Justiça Militar por desacatar um tenente e agredir um soldado. A confusão ocorreu em 2017 em frente a uma casa noturna na Lapa, zona oeste.

Em 2020, o foi acusado também de dar um soco em uma mulher dentro de uma lancha. A vítima chegou a prestar queixa por lesão corporal contra o tenente, enquanto ele abriu uma ocorrência de calúnia contra sua denunciante. No entanto, segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), ambos não deram andamento às queixas.

Já em maio deste ano, o tenente foi o responsável por vetar que um soldado tivesse sua arma da corporação devolvida. O soldado de 22 anos responde a um PAE (Processo Administrativo Exoneratório) devido a um problema pessoal. Velozo sugeriu que o PM comprasse uma arma particular para se defender, já que o homem desarmado diz ser alvo de ameaças do PCC (Primeiro Comando da Capital).


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