RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) lança nesta quarta-feira (17) a coleta das informações do Censo Demográfico 2022 em áreas quilombolas espalhadas pelo Brasil.
O levantamento pretende produzir um retrato inédito, pois essa é a primeira vez que a população de áreas remanescentes de quilombos é contada em um Censo.
Para isso, nos questionários foi acrescentada a seguinte pergunta: "Você se considera quilombola?". Em caso de resposta positiva, os entrevistados podem informar em seguida o nome das suas respectivas comunidades.
O IBGE descreve as comunidades quilombolas como "grupos étnicos, segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão historicamente sofrida".
A coleta dos dados do Censo começou nos municípios brasileiros em 1º de agosto. O IBGE planeja visitar 75 milhões de domicílios até o final de outubro.
Um dos objetivos do lançamento nas áreas quilombolas é sensibilizar a população local a responder aos questionários.
Um pré-mapeamento divulgado pelo IBGE estima 5.972 localidades quilombolas no país.
A realização do Censo nesses endereços exige uma operação especial, que envolve o diálogo com lideranças e a preparação dos recenseadores.
Conforme o instituto, os agentes que vão atuar nas áreas quilombolas tiveram um dia adicional de treinamento. A ideia foi preparar a abordagem aos moradores das comunidades.
A partir da pesquisa, o IBGE pretende analisar diferentes questões relacionadas a essa população, como quantos vivem no Brasil e em quantas comunidades, quais são as condições das habitações e como está o acesso à educação e à saúde.
O Censo, que costuma ser realizado a cada dez anos, é considerado o trabalho mais detalhado sobre os traços demográficos e socioeconômicos dos brasileiros.
A edição de 2022 marca os 150 anos do primeiro recenseamento feito no país. A pesquisa inicial ocorreu em 1872.
A versão mais recente foi em 2010. A nova pesquisa estava prevista para 2020, mas foi adiada em razão das restrições provocadas pelo início da pandemia de Covid-19.
O que inviabilizou o levantamento em 2021, pelo segundo ano consecutivo, foi o corte da verba pelo governo federal.
O orçamento para o estudo em 2022, estimado em R$ 2,3 bilhões, só foi liberado após o STF (Supremo Tribunal Federal) ser acionado.
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