BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu na tarde desta terça-feira (23) o coração de dom Pedro 1º com honrarias de chefe de Estado no Palácio do Planalto. A viagem do órgão faz parte das comemorações do bicentenário da Independência do Brasil.

Com o trânsito fechado na avenida à frente do palácio, o coração chegou de Rolls-Royce e foi recebido pelo presidente e pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro, na rampa presidencial.

Houve, inclusive, 21 disparos de canhão, honraria aos chefes de Estado.

O governo realizou uma cerimônia, com a presença de ministros, parlamentares e estudantes de escolas públicas na plateia.

Os jovens, que receberam uma bandeira do Brasil pequena para ficarem acenando, ovacionaram Bolsonaro aos gritos de "mito". Também tiraram fotos com o chefe do Executivo, que busca melhorar seu desempenho neste segmento, a menos de dois meses das eleições.

O primeiro convidado a descer a rampa para o salão da cerimônia no segundo andar foi dom Bertrand de Orleans e Bragança, descendente da família imperial. Ele foi acompanhado pelo deputado bolsonarista e monarquista, Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP).

O evento não teria, a princípio, discursos e logo foi encerrado pelo cerimonial. Antes que as pessoas começassem a se desmobilizar, Bolsonaro correu ao microfone e pediu para falar por "30 segundos".

"Dois países unidos pela história, ligados pelo coração. Duzentos anos de Independência. Pela frente, uma eternidade em liberdade", disse, num rápido discurso.

"Deus, pátria, família. Viva Portugal e viva o Brasil", completou.

Esta é a primeira vez que o órgão do imperador deixa Portugal em 187 anos. O transporte foi feito por uma aeronave VC-99 da FAB (Força Aérea Brasileira).

O presidente da Câmara Municipal de Porto, Rui Moreira, acompanhou o voo e participou das celebrações.

O coração de dom Pedro 1º foi depois recebido em uma nova cerimônia no Palácio do Itamaraty, onde ficará exposto para visitação. O órgão do primeiro imperador brasileiro chegou de Rolls-Royce, modelo usado pela presidência para datas especiais. Estava escoltado pela cavalaria dos Dragões da Independência.

A Esquadrilha da Fumaça também realizou acrobacias no ar e desenhou um coração no céu de Brasília.

No Palácio do Itamaraty, foram hasteadas as bandeiras do Brasil e de Portugal, além da bandeira do império brasileiro e a da extinta monarquia portuguesa.

Em seu discurso, o chanceler Carlos França afirmou que dom Pedro 1º era um homem de seu tempo, "exemplo de amor pelo Brasil" e também ressaltou seu "altruísmo" ao deixar seu país natal para construir uma nova pátria.

"Para isso [comemoração do bicentenário da Independência], nada mais simbólico do que recebermos o coração da figura mais representativa para todos os brasileiros naqueles dias que culminaram com a proclamação de nossa Independência", afirmou o chanceler

"Dom Pedro 1º foi um homem de seu tempo, destemido, arrojado e generoso. Incorporou os caminhos que a busca de liberdade abria aos povos em sua época. Com genuíno altruísmo, separou-se da terra natal para se entregar à construção de uma nova pátria. Mais tarde, com o mesmo altruísmo deixou seu filho infante aos cuidados dos brasileiros e atravessou o Atlântico", completou.

A cerimônia ainda contou com apresentação da orquestra da Força Aérea Brasileira, que tocou obras do próprio dom Pedro 1º, incluindo o hino da independência.

O coração deve ficar exposto ao público até o dia 5 de setembro, em comemoração ao bicentenário da Independência.


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