RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Depois de quase três meses internada por complicações decorrentes de uma cirurgia plástica, Daiana Chaves Cavalcanti, 35, recebeu alta do Hospital Federal de Bonsucesso, zona norte do Rio, nesta segunda (29). Ela acusou o médico equatoriano Bolívar Guerrero Silva, 63, de cárcere privado, após realizar um procedimento de abdominoplastia com o cirurgião em uma clínica particular de Duque de Caxias.

Guerrero está preso desde o dia 18 de julho. O Ministério Público denunciou no último dia (18) o cirurgião plástico e a técnica de enfermagem Kellen Cristina de Queiroz dos Santos, que trabalhavam juntos no Hospital Santa Branca, em Duque de Caxias, sob suspeita de tentativa de homicídio qualificado contra a paciente.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa do médico sobre a acusação de tentativa de homicídio. Em outras ocasiões, ele negou o cárcere e disse que não liberou a paciente porque ela não tinha assinado um termo de responsabilidade.

Já o advogado Renato Darlan, que já representou o cirurgião no processo e hoje atua somente na defesa de Kellen, afirmou anteriormente que não há irregularidades na conduta dela nem elementos para a denúncia contra ela.

Desde a divulgação do caso, mais de 30 mulheres foram à Delegacia de Atendimento à Mulher de Duque de Caxias (Deam-Caxias) para denunciar o médico.

O médico realizou cirurgias plásticas para fins estéticos no abdômen, nas costas e nas nádegas de Cavalcanti. Os procedimentos resultaram em complicações, e Cavalcanti voltou ao Hospital Santa Branca com dores e inflamações.

Ela foi submetida a uma nova abdominoplastia, mesmo com o quadro médico debilitado, e permaneceu internada contra a própria vontade, segundo a família, porque Silva não a liberava. Enquanto isso feridas não cicatrizadas foram se agravando, a ponto de necrosar.

Cavalcanti foi resgatada pela polícia e transferida para o Hospital Federal de Bonsucesso, onde ficou internada por 38 dias. Após a alta desta segunda (29), a recuperação continuará em casa.

"Estou feliz por ter alta, mas ainda com receio por ter feridas abertas", afirmou a paciente à imprensa, na saída do hospital. "Vou voltar mais vezes ao hospital para avaliar como vai estar a recuperação. Não foi uma alta totalmente, porque tenho que fazer muitos procedimentos. Mas só de me liberarem e terem deixado eu ficar com meu filho, minha família, para mim está sendo uma alegria imensa. Vou ver meu filho depois de quatro meses."


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