RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O primeiro debate entre os candidatos ao Governo do Rio de Janeiro marcou a ausência de defesa do presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo governador Cláudio Castro (PL) e a tentativa do deputado Marcelo Freixo (PSB) de colar a imagem com o ex-presidente Lula.
Os dois polarizaram o debate, mas também trocaram ataques com o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT) e o deputado federal Paulo Ganime (Novo).
Castro foi vinculado constantemente pelos adversários ao seu antecessor, Wilson Witzel, de quem foi vice até o afastamento do ex-governador. Freixo foi criticado por sua guinada ao centro e o que adversários chamaram de "defesa de bandidos". Neves teve a gestão à frente de Niterói criticada.
Após uma semana de indefinição em relação ao apoio do PT, Freixo buscou se vincular ao ex-presidente Lula. Numa pergunta sobre a fome no estado, o candidato do PSB ressaltou sua aliança com o petista, candidato à Presidência.
"Por isso estou com Lula. Porque o Lula passou com fome. Sabe o que é isso e tem um compromisso para levantar o Rio de Janeiro", disse o deputado.
O vínculo com Lula, porém, foi questionado por Castro e Neves. O governador, apoiado pelo presidente Bolsonaro, lembrou a saída de Freixo do PT em 2005 após o escândalo do mensalão.
"Você fugiu do PT chamando o Lula dos piores nomes possíveis porque você não soube enfrentar", disse o governador.
Neves, que tenta costurar vínculo informal com o ex-presidente, também questionou a aproximação do candidato do PSB com o petista.
"Nos últimos meses houve uma guinada orientada por seu marqueteiro para disputar essa eleição. Saiu do PSOL e foi para o PSB. No primeiro ano do governo Bolsonaro, ele dizia que o movimento Lula Livre não era importante. Ficou oito anos na oposição ao governo Lula. Agora parece que é Lula desde criancinha. Essa tentativa de enganar o eleitor vai funcionar?", questionou o ex-prefeito.
Freixo, por sua vez, buscou em duas oportunidades vincular Cláudio Castro ao presidente. Afirmou que os dois colocaram "o Brasil e o Rio no mapa da fome". "O Rio de Janeiro, talvez por sua proximidade com o Bolsonaro, foi onde mais morreu gente na pandemia."
Castro não citou o presidente em nenhum momento. Defendeu apenas o que considera realizações de seu governo. "Amanhã, muita gente vai para internet. Eu vou acordar de manhã e trabalhar para cuidar da sua vida", disse o governador em suas considerações finais.
O governador tem sido criticado por aliados do presidente por não defender suas bandeiras. Comentário de Ganime ressaltou o que tem sido lido como dubiedade de Castro na eleição presidencial. "O partido do vice dele declarou apoio a Lula. É estranho tudo isso."
O governador foi alvo de críticas pelo escândalo das folhas de pagamento secretas da Fundação Ceperj. Freixo, Neves e Ganime acusaram Castro de comprar apoio político de deputados e prefeitos por meio de programas sociais.
"Você é culpado pelos fantasmas ou incompetente que não viu as pessoas ao seu lado roubando?", questionou Freixo.
"Nenhum nem outro. Como você jamais administrou nada na vida, não sabe o que é ter problema em administração. Desde o primeiro momento criei uma comissão para investigar e eu fui ao Ministério Público propondo um Termo de Ajuste e Conduta para organizar o Ceperj. O que fizemos foi colocar política pública na rua", respondeu Castro.
Neves também mirou Freixo vinculando o deputado do PSB a black blocks que atuaram em manifestações de 2013.
Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!