JUIZ DE FORA, MG (FOLHAPRESS) - Um dos maiores acervos do Brasil Imperial, o Museu Mariano Procópio vai reabrir em Juiz de Fora (MG). A partir desta quarta-feira (7), data do bicentenário da Independência, visitantes poderão conferir as mais de 53 mil peças do acervo da instituição, que estava fechada há 15 anos.

Para a reinauguração, foi montada a exposição "Rememorar o Brasil: a Independência e a Construção do Estado-Nação", que conta com os principais objetos guardados pelo espaço.

Entre eles estão as roupas usadas por dom Pedro 2º na cerimônia de maioridade e no casamento com a imperatriz Teresa Cristina. Ambas as peças foram compradas por Alfredo Ferreira Lage, idealizador do museu, em 1926.

Em 1936, Alfredo doou todo esse espaço para a Prefeitura de Juiz de Fora. No entanto, há 15 anos o museu estava fechado por causa de problemas de infraestrutura. A expectativa é que a reabertura atraia turistas para a cidade.

Também estará na exposição a última foto da família Imperial no Brasil. A fotografia foi tirada no Palácio Isabel, em 1889, antes da Proclamação da República e tem o autógrafo de todos os presentes na imagem.

"A foto foi autografada pela família a bordo do Alagoas, a embarcação que os levou para o exílio, no dia 24 de novembro de 1889, apenas nove dias após a Proclamação da República", afirmou a historiadora do museu, Rosane Carmanini Ferraz.

As cartas de dom Pedro 1º para Domitila de Castro, a Marquesa de Santos, também estarão expostas.

Nas cartas, nove ao total, o monarca assina com pseudônimos, como "O Demonão", "O Fogo Foguinho" e "O Imperador".

"Meu benzinho: Tenho gosto de lhe enviar essa cestinha com hum delicado mimo dentro, estes dois cravos para que cravando-se no seu coração lhe farão conhecer a fidelidade do meu, que he todo seu, a coleira para pôr o forro e o dinheiro da mezada, que sem isso não comprão os melloens: afinal remeto o meu coração, beijos e abraços, dados com aquela amizade que se caracteriza. Este seu amante. O Demonão", diz texto de uma das cartas.

No museu há outras peças como o quadro Tiradentes Supliciado (ou Tiradentes Esquartejado, como é popularmente conhecida), de 1893, de Pedro Américo, documentos que mostram a educação de dom Pedro 2º e um vasto mobiliário da época imperial, além de armamentos do século 16.

Inaugurado em 1921, o museu está localizado no lugar em que foi construída a Chácara de Mariano Procópio. A construção é em estilo neoclássico, segundo a prefeitura. Ao lado do prédio original foi erguida a galeria Belas-Artes, inaugurada em 1922.

O museu conta também com um lago e um parque, projetado por Auguste François Marie Glaziou, conhecido por outros importantes projetos de jardins brasileiros, entre eles o da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro.

"Depois de 15 anos, o Museu Mariano Procópio estará reaberto para visitação pública. Essa reabertura não é só uma celebração de Juiz de Fora, mas de todo o Brasil. O Brasil poderá, mais uma vez, reconhecer, revisar e visitar o precioso acervo", disse a prefeita Margarida Salomão (PT).

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Museu Mariano Procópio

Quando: Aberto de terça a sexta-feira, de 9h às 17h, com a última entrada às 16h. Aos sábados, domingos e feriados, a primeira entrada será às 12h30 e a última às 16h30

Entrada: Gratuita

Onde: Rua Mariano Procópio 1.100 - Juiz de Fora (MG) - Telefone: (32) 3690-2200 / 3690-2211


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