SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O primeiro lote de Paxlovid, antiviral utilizado no tratamento da Covid-19, foi entregue ao país nesta quinta (29), segundo a Pfizer. A fabricante do medicamento diz que são 50 mil unidades. Outra remessa com a mesma quantidade ainda está prevista para chegar ao país.
O Paxlovid recebeu a autorização emergencial pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 30 de março deste ano. Em todo o mundo, 43 países já tiveram acesso ao medicamento, mas na América Latina somente três nações tiveram lotes entregues: Panamá, México e, agora, Brasil.
O uso dele é feito por meio oral e é indicado para adultos que não se encontram sob uso de oxigenação, mas que correm o risco de evoluir para quadros graves de Covid-19.
O Paxlovid é composto por dois antivirais: nirmatrelvir e ritonavir. O remédio age na redução da atividade da enzima 3LC, associada a replicação viral do Sars-CoV-2. O resultado é o controle da replicação do vírus nas células humanas.
Pesquisas já concluíram a eficácia do remédio. Segundo a Pfizer, um dos estudos observou que o fármaco, administrado até cinco dias após o início dos sintomas, reduz em até 89% as chances de hospitalização ou morte em pacientes com formas leves ou moderadas de Covid que tenham ao menos um fator de risco de evolução para quadros graves.
Outro exemplo foi um levantamento da OMS (Organização Mundial da Saúde). A organização fez uma análise de dois ensaios clínicos do Paxlovid envolvendo quase 3.100 pacientes e sugeriu que o remédio reduz o risco de hospitalização em 85% dos casos.
Em pacientes de alto risco -aqueles com mais de 10% de chance de hospitalização-, o uso da pílula pode levar a 84 hospitalizações a menos por 1.000 pacientes.
"Essas terapêuticas não substituem a vacinação. Elas apenas nos dão outra opção de tratamento para os pacientes infectados que correm maior risco", disse Janet Diaz, líder em manejo clínico da OMS.
Genérico Em abril deste ano, a Pfizer anunciou que concedeu autorização a 35 farmacêuticas para produção de versões genéricas do Paxlovid. Uma delas era brasileira: a farmacêutica Nortec Química.
O problema foi que a versão genérica produzida pela empresa era destinada à exportação. O cenário fez com que a população brasileira dependesse exclusivamente das negociações do governo federal com a Pfizer, gerando ressalvas por parte de especialistas.
Até aquele momento, o governo ainda não havia finalizado a aquisição do lote que, agora, chegou ao país.
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