SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A campanha nacional contra a poliomielite e multivacinação termina nesta sexta (30). A meta do Ministério da Saúde de vacinar 95% de crianças entre 1 e menores de 5 anos não foi alcançada. Mesmo assim, a imunização continua sendo feita durante todo o ano em postos de saúde espalhados no país.
A poliomielite pode causar diferentes complicações em crianças infectadas, como paralisia dos braços e das pernas e problemas no sistema respiratório. O último caso no Brasil foi em 1989, mas o país enfrenta desafios para manter uma alta cobertura vacina -cenário parecido para outras vacinas.
Identificar se o esquema de vacinação está correto e regularizá-lo é uma medida importante para seguir as recomendações do Ministério da Saúde. Além disso, é preciso estar atento em casos de viagens para países considerados de risco para a doença.
Abaixo, veja as principais respostas sobre como é o esquema vacinal adotado no Brasil para a poliomielite.
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Qual o esquema de vacinação contra a pólio no país?
No Brasil, existem dois tipos de fármacos utilizados para prevenir a pólio: a Salk (vacina injetável) e a Sabin (modelo de gotinhas). Ambos são adotados pelo PNI (Programa Nacional de Imunizações).
A primeira aplicação da vacina deve ser feita aos dois meses de idade. A segunda dose é indicada aos quatro meses e a terceira, aos seis. Todas essas três aplicações são da vacina Salk.
A Sabin só é utilizada nos dois reforços: o primeiro aos 15 meses e o segundo com quatro anos de idade.
Embora a campanha de vacinação acabe nesta sexta, as crianças podem ser imunizadas durante todo o ano em postos de saúde a fim de contornar a baixa cobertura.
Como saber se a vacinação para pólio está regularizada?
Na quinta edição da carteira de vacinação infantil do Ministério da Saúde, é possível observar um quadro em que consta todos os imunizantes indicados aos menores. Na coluna da pólio, existem cinco campos que devem ser preenchidos em referência às doses aplicadas na criança. As datas de cada uma delas também devem ser preenchidas pelo agente de saúde.
Algumas variações podem ocorrer a depender do modelo da carteira de vacinação. O esquema, no entanto, tende a seguir esse mesmo padrão de preenchimento.
O que fazer quando uma dose está em atraso?
Caso alguma inconsistência no calendário de vacinas seja constatada, é necessário se dirigir a um posto de saúde para regularizar a situação. A regra é a mesma para outros imunizantes e, por isso, é importante sempre estar atento às orientações presentes na carteira de vacinação.
Para circunstâncias irregulares do esquema contra a pólio, existem indicações de como proceder com base em uma instrução normativa do Ministério da Saúde.
O primeiro cenário é de uma criança com até quatro anos, 11 meses e 29 dias sem comprovação vacinal. A orientação é administrar três doses da vacina injetável com o intervalo de 60 dias entre as aplicações. Também é possível aplicar as doses com o mínimo de 30 dias entre elas.
Após isso, o primeiro reforço com a vacina de gotinhas deve ser feito seis meses após a última aplicação da vacina Salk. Já o segundo reforço também deve ser feito depois de seis meses da primeira aplicação da vacina em gotinhas.
Existem situações em que o regime de vacinação é diferente?
Viagens internacionais para países considerados de risco são casos que podem demandar mudanças no esquema vacinal.
A doença é considerada endêmica no Paquistão e no Afeganistão -estes são os países de maior risco para a doença. Além dessas, outras nações são consideradas de alto risco para a volta da doença pela Iniciativa Global de Erradicação da Pólio (Gpei, na sigla em inglês). Alguns exemplos são China, Congo e Irã.
Ainda existem os países que enfrentam um surto da infecção. Reino Unido e Estados Unidos estão nessa categoria devido a detecções recentes do vírus.
Em razão desses diferentes cenários, o Ministério da Saúde publicou uma nota em dezembro de 2021 com orientações sobre imunização de viajantes internacionais.
Para as crianças abaixo dos cinco anos, a pasta afirma que elas devem ser vacinadas de acordo com o calendário vacinal comum antes da viagem.
Para aquelas pessoas com mais de cinco anos, o ministério diz que é necessário estar "vacinado com, no mínimo, duas doses (preferencialmente três doses) da VIP [vacina injetável], administradas com intervalo mínimo de 30 dias entre elas, previamente à viagem".
Se a pessoa não estiver com esse esquema mínimo de vacinação, é necessário atualizá-lo antes da viagem.
O ministério ainda explica que o esquema regular recomendado para aqueles não vacinados com mais de cinco anos consiste em um intervalo de 30 a 60 dias entre a primeira e a segunda dose. Para a terceira aplicação, o intervalo deve ser de 6 a 12 meses.
"Se não houver tempo para administração do esquema regular recomendado, os intervalos podem ser encurtados, para um intervalo mínimo de 30 dias entre as 3 doses", completa a nota.
Ainda para viagens internacionais, a vacina oral só deve ser adotada em casos de viajantes que irão para os países onde a doença é endêmica -Paquistão e Afeganistão- ou locais em que houve a detecção de presença e circulação do poliovírus, patógena que causa a doença.
Uma página online do Gpei fornece os dados atualizados a cada semana sobre o cenário da doença em diferentes países.
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