CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) - Um psicólogo de 63 anos é suspeito de hipnotizar 13 mulheres para abusar sexualmente delas em Fátima do Sul (a 212 km de Campo Grande).
A primeira denúncia foi feita por uma adolescente de 15 anos. Depois da repercussão do caso, outras 12 mulheres procuraram a delegacia relatando terem sofrido a mesma violência durante sessões de terapia.
O profissional, que não teve o nome revelado, era registrado no Conselho Regional de Psicologia do estado e atendia mulheres vítimas de violência doméstica, que sem condições financeiras para um tratamento psicológico particular eram encaminhas para centros de referência de assistência à mulher, via prefeitura, onde ele era funcionário público.
Em seu depoimento, o suspeito ficou em silêncio. Seu advogado não foi localizado pela reportagem até a publicação da reportagem. A Folha também entrou em contato com a Prefeitura de Fátima do Sul, mas não recebeu resposta.
Segundo a delegada titular da Delegacia de Atendimento à Mulher de Fátima do Sul, Gabriela Vanoni, o suspeito já havia sido acusado pelo mesmo crime em 2013, em Dourados (MS), quando foi declarado culpado por estupro, em primeira instância, mas absolvido em instância superior.
A atual investigação teve início em setembro, quando ele foi preso temporariamente em Dourados, após denúncia da jovem de 15. "Ela relatou que, em consulta, ele praticou atos libidinosos contra ela, como passar a mão em suas pernas, solicitou-lhe um abraço, a fez sentar no colo dele, apertou suas nádegas, entre outros assuntos de cunho sexual que não são tratados numa consulta", diz a delegada.
Ela conta que o psicólogo utilizava a hipnose para ludibriar as vítimas. "Ele enganava, as mandava fechar os olhos, fazia uma espécie de hipnose, de meditação, enquanto passava a mão em partes íntimas e todo o corpo delas, entre outros atos libidinosos."
Segundo a delegada, o psicólogo sentia-se seguro quanto ao fato de não ser denunciado, pois era conhecido na cidade e afirmava às mulheres que seria a palavra dele contra a delas.
De acordo com as investigações, muitas das vítimas ficavam confusas e não tinham consciência do que realmente estava acontecendo porque o psicólogo dizia que o ato fazia parte do tratamento, o que as levou a continuar com as sessões de hipnose, possibilitando a continuidade do crime.
Uma delas relatou que não conseguia se mover, por isso o ato foi enquadrado como estupro de vulnerável, pela impossibilidade de resistência, explica a delegada. Segundo ela, uma das mulheres disse que o psicólogo teria se masturbado e ejaculado nela.
Outras mulheres que tenham relatos semelhantes podem procurar a Delegacia da Mulher ou fazer denúncia pelo telefone (67) 3467-1622.
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