CAMPINAS, SP (FOLHAPRESS) - O adolescente Júlio Cesar de Sousa Alves, 15, morreu neste sábado (8), na Santa Casa de Sobral, no Ceará, onde estava internado desde a última quarta-feira (5). Ele foi baleado na cabeça no colégio onde estudava, por um colega com arma de um CAC (colecionador, atirador desportivo e caçador).
A morte foi confirmada pela Escola Estadual Carmosina Ferreira, onde ocorreu o tiroteio, por meio de uma postagem nas redes sociais.
"Com imenso pesar que comunicamos o falecimento de nosso aluno Júlio César. Nesse momento de dor, a EEMTI Prof. Carmosina F. Gomes se solidariza com todos os familiares, amigos e comunidade escolar e expressa as mais sinceras condolências", divulgou a instituição de ensino.
A Seduc (Secretaria de Educação do Ceará) também lamentou a morte do estudante. "A Seduc solidariza-se à família do jovem, assim como à toda a comunidade escolar, a quem presta total apoio e acolhimento neste momento de intensa dor", divulgou.
Júlio César estava internado na Santa Casa de Sobral desde o dia do crime, com suspeita de morte encefálica. De acordo com a assessoria da unidade de saúde, nos últimos dias foram feitos vários exames protocolares para confirmar o diagnóstico.
Um segundo jovem, atingido na perna, recebeu atendimento no setor de ortopedia do hospital e não corre risco de morte. Ele passou por cirurgia e encontra-se em estado estável. A terceira vítima foi atingida por um tiro de raspão na cabeça e logo recebeu alta.
A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará disse que a arma utilizada no crime está registrada em nome de um CAC. Inicialmente, a polícia declarou que a arma pertencia ao pai do adolescente, que havia afirmado isso em depoimento. Mas, ao checar informações, descobriu-se que ela pertence a uma terceira pessoa, cuja relação com o jovem não foi informada.
Informações preliminares da polícia apontam que, em depoimento, o adolescente contou que sofria bullying na escola e, devido a isso, teria premeditado o ataque.
Testemunhas relataram aos policiais que o adolescente acessou a escola normalmente, com a arma escondida na mochila. Os tiros foram dados dentro da sala de aula e causaram pânico entre alunos e funcionários. O jovem deixou o local, mas foi encontrado pelos policiais próximo da casa dele. Ele foi apreendido.
No Brasil, o número de armas de fogo nas mãos dos CACs chegou a 1 milhão em julho deste ano. Essas categorias têm sido as mais beneficiadas por normas editadas na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) que facilitaram o armamento da população.
O crescimento foi de 187% em relação a 2018, antes do atual governo, segundo dados do Exército obtidos via LAI (Lei de Acesso à Informação) pelos institutos Sou da Paz e Igarapé.
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