RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - Um policial militar do Rio de Janeiro foi preso pela Corregedoria da corporação suspeito de invadir a casa dos pais da ex-companheira e assassiná-la a tiros, na frente dos filhos dela, em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro. A professora Ellen Ramos Soares Ribeiro, 32, morreu ainda no local. O crime foi registrado na madrugada desta segunda-feira (10).

De acordo com testemunhas, o soldado Thiago dos Santos Almeida, da Unidade de Polícia Pacificadora, teria pulado o muro da casa da vítima e teria realizado disparos contra ela. Na residência ainda estavam um adolescente de 12 anos e a filha de 3 anos da vítima. No dia anterior, segundo familiares, os dois discutiram, já que Ellen terminou o relacionamento por supostamente não aceitar o comportamento violento do PM.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, os agentes foram acionados por volta das 4h25. A prima de Ellen Ramos foi quem encontrou o corpo. Policiais militares também foram até o local e informaram que já encontraram a mulher sem vida e que o adolescente de 12 anos afirmou que viu quando o PM matou a mãe. A menina de 3 anos estava na cama do mesmo cômodo onde o crime aconteceu.

Procurada pela reportagem, a Polícia Militar informou que o agente "suspeito de cometimento de um feminicídio já está à disposição da Corregedoria da Corporação, que instaurou Inquérito Policial Militar para apurar as circunstâncias do fato".

Horas após o ocorrido, o policial se entregou. Em seguida, Thiago foi levado para a 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar e encaminhado para a Delegacia de Homicídios, que investiga o caso.

O pai da vítima, Sidney Soares, 62, não consegue aceitar a morte da filha. Desnorteado, o aposentado só pensa nos netos.

"Porque matou minha filha? Meu Deus, meus netos. O que vou falar para eles? Duas crianças sem a mãe. Viram tudo isso, vão ficar traumatizados. Pra que fazer isso?. Não consigo entender, pra que matar?", desabafou.

A professora era sobrinha do ex-deputado federal e ex-vereador do Rio de Janeiro Luiz Carlos Ramos e prima do vereador Luiz Carlos Ramos Filho (PMN). O político destacou que Ellen já havia sido agredida pelo policial em pelos menos outras duas ocasiões.

"Ela foi denunciar na delegacia, mas precisava do laudo do hospital e teve que voltar para buscar. Nisso, para não prejudicar a carreira do rapaz, que tinha só seis meses de polícia, não efetivou a denúncia, mas é preciso denunciar", disse o vereador Ramos Filho.

A reportagem apurou que o soldado já tinha anotações criminais por violência doméstica. O policial militar havia sido reprovado no processo de seleção da PM, mas ganhou na Justiça o direito de fazer o curso de formação. A Corregedoria da corporação realiza buscas para localizar a arma usada no crime já que o agente alegou tê-la jogada em um canal na região do Centro do Rio.

De acordo com as polícias Civil e Militar, Thiago dos Santos Almeida ainda não teve defesa constituída até o momento. A reportagem buscou familiares do soldado e tentou fazer contato pelas redes sociais, sem sucesso. Este espaço será atualizado tão logo haja manifestação em defesa do suspeito.


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