SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O aumento dos casos de Covid-19 e a notícia de novas subvariantes do vírus, com o registro da morte de uma mulher em São Paulo, provocaram uma corrida às unidades de saúde de São Paulo para tirar o atraso da dose de reforço da vacina.

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo confirmou na noite de segunda-feira (7) os dois primeiros casos da nova subvariante ômicron BQ.1.1 na capital. Uma mulher de 72 anos, que estava acamada e tinha comorbidade, morreu infectada pela cepa, segundo a pasta.

A sublinhagem está associada ao aumento recente de casos de Covid-19 na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, as primeiras ocorrências foram confirmadas no Amazonas, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul.

Com os casos crescentes, os postos de saúde voltaram a ter fila de pacientes em busca de imunização. Pessoas que deixaram passar a data da dose de reforço decidiram atualizar a carteira de vacinação.

A UBS (Unidade Básica de Saúde) Nossa Senhora do Brasil, na Bela Vista, foi uma das que registraram movimento intenso na manhã desta quarta (9).

Segundo os profissionais, a procura pelas vacinas da Covid-19 aumentou nos últimos dias.

Rafael Tolosa, 23, estagiário de arquitetura, é um dos que procuraram o posto para receber a quarta dose em atraso.

"Já passou um pouquinho do tempo, um mês e pouco. Não vim antes por causa do trabalho, mas hoje com mais folga vim tomar. Estou com medo da possibilidade de uma nova onda e também quero me manter protegido, com a vacinação em dia", diz.

No trabalho dele há um caso da doença. "Um amigo do trabalho se contaminou nesta semana. Acho importante se manter vacinado, é bom porque assim protege toda a população e ajuda a afastar essa pandemia que está podendo voltar", afirma.

Segundo a Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), houve aumento na taxa de positividade dos exames de Covid-19 feitos na rede privada. Na semana de 15 a 21 de outubro, o índice estava em 8,8%, saltando para 17,3% na semana de 22 a 28 de outubro e para 23,1% na semana de 29 de outubro a 4 de novembro.

A relações públicas Renata Silveira, 32, deixou passar a data do reforço por meses e teve a doença.

"Passaram uns quatro meses da data, aí tive Covid-19 e precisei esperar um pouco para vir. Tenho um bebezinho de um ano e ele não tem vacina, não pode tomar ainda. E eu me assustei com essas notícias de que pode ter uma nova onda. Deveria ter vindo antes, mas vim agora muito por ele", conta.

Renata diz acreditar que é preciso reavaliar os hábitos para frear novos casos.

"Enquanto a gente não tiver uma vacina que tenha uma durabilidade maior, a gente vai ficar nesse vaivém. Acho que agora é voltar a usar máscara em lugares públicos, higienização e pensar que crianças menores de três anos não têm vacina ainda", diz.

Pensando nisso, a dona de casa Neila Lima, 42, procurou a mesma unidade para receber a quarta dose no prazo e também vacinar a filha de 3 anos.

"Eu vim trazê-la para uma consulta e aproveitei para já aplicar a primeira dose dela e tomar a minha quarta, que está em dia, na data certa. A gente fica um pouco tensa com as notícias e é melhor tomar a vacina para evitar [a doença]", afirma.

A UBS Humaitá, na Bela Vista, também recebeu pessoas em busca da atualização da carteira de vacinação.

O publicitário Odair Bressan, 41, já poderia receber a quarta dose a partir da última segunda-feira (7) e faz questão de manter a vacinação em dia.

"Eu guardo até os papeizinhos, os comprovantes, para ir monitorando as datas de reforço e logo na data eu procuro tomar todas elas", diz.

O publicitário tenta mobilizar parentes e amigos. "A gente fica se monitorando. A gente tem grupos de família, grupos de amigos, e a gente coloca nesses grupos as datas de reforço que a gente vai tomar para orientar sobre a importância das doses de reforço", conta.

A professora Margarida Nunes Rios, 58, foi procurar informações para receber a quarta dose com quatro meses de atraso.

"Eu estava resolvendo coisas de casa, muitas demandas e eu cuido da minha netinha o dia todo. Não podia ficar saindo com criança, por isso que atrasou desse jeito", conta.

A Secretaria Municipal da Saúde diz que tem observado aumento em algumas unidades nos últimos dias e afirma ter doses suficientes para a imunização contra a Covid-19 do público elegível atual.

Segundo a pasta, até terça-feira (8) foram aplicadas 36.116.238 doses contra a Covid-19 na cidade. Entre adultos, a cobertura vacinal está em 110,7% para primeira dose, 107,6% para segunda dose, 84,5% para primeira dose de reforço e 44,2% para segunda dose de reforço.

"Está disponível, ainda, a terceira dose adicional para pessoas com alto grau de imunossupressão com mais de 18 anos que tomaram a DA2 [segunda dose de reforço] há pelo menos quatro meses", afirma a secretaria.

Na capital, a vacina está disponível nas 470 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e AMAs (Assistências Médicas Ambulatoriais)/UBSs Integradas de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e aos sábados, nas AMAs/UBSs Integradas no mesmo horário. Não é necessário agendamento.

É possível consultar a unidade de saúde mais próxima neste site: https://buscasaude.prefeitura.sp.gov.br/.


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