RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - As luzes não identificadas que foram vistas por seis noites seguidas no céu sobre Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, na semana passada, voltaram a aparecer na madrugada desta terça (15).
Nas imagens registradas pela Central de Controle do aeroporto Salgado Filho, é possível ver luzes que se deslocam pelo céu, em diferentes pontos ao longo do tempo.
O caso viralizou, e internautas questionaram a possibilidade de óvnis e da presença de extraterrestres. Para especialistas consultados pela Folha de S.Paulo na semana passada, é provável que se trate de fenômenos celestes corriqueiros aos quais muitas pessoas estão prestando mais atenção.
Entre os dias 4 e 9 deste mês, pilotos de avião que pousavam no aeroporto relataram à Central de Tráfego terem visto luzes não identificadas com o mesmo comportamento.
Na época, uma conversa entre o piloto e a controladora de tráfego aéreo foi gravada e divulgada no Youtube em um canal não oficial do aeroporto, que realiza captação a partir de uma câmera instalada em um prédio a cerca 2,8 km do aeroporto de Porto Alegre.
O incidente foi registrado em um diálogo entre a tripulação de um voo da Azul e profissionais do aeroporto Internacional Salgado Filho.
A companhia aérea informou que os tripulantes seguem rigorosos protocolos de segurança e que qualquer eventualidade é comunicada imediatamente ao controle de tráfego aéreo. Já a Fraport Brasil, que administra o aeroporto, afirmou não registrou nada a respeito.
No áudio, os pilotos afirmam ter avistado uma luz parecida com a de um farol de avião. O controle de tráfego aéreo, no entanto, afirma que não havia outras aeronaves na região de acordo com os radares.
Ainda é possível identificar, no diálogo, que os técnicos do aeroporto pedem que a tripulação informe quando as luzes sumirem. Os pilotos relatam que a luz desaparece e aparece novamente e que não há um padrão de circuito de tráfego, considerado movimento "aleatório" pela tripulação.
A controladora disse que não recebeu nenhum "reporte", termo usado na avaliação para relatos de eventos de segurança operacional. E o piloto prosseguiu: "Tem umas luzes. Por vezes, elas apagam, acendem, às vezes são uma, às vezes são duas ou três", descreve.
De acordo com os pilotos, a luz segue ao lado da aeronave por um tempo até quando se afasta rumo à lagoa da Conceição, em Florianópolis.
A FAB (Força Aérea Brasileira) disse não ter registrado "ocorrência aeronáutica no Rio Grande do Sul" nos últimos dias e que "o controle do espaço aéreo ocorreu dentro da normalidade".
Responsável por um observatório espacial em Taquara (RS), a 80 km de Porto Alegre, o engenheiro Carlos Fernando Jung tem registros de uma luz circulando no céu no último dia 4.
Ele não sabe dizer se o que os pilotos testemunharam é o mesmo fenômeno, mas está convencido de que o seu registro é o de um efeito causado por um canhão de luz apontado para o céu -produtoras de eventos chamam esses equipamentos luminosos de sky light, que emitem feixes para o alto de até 7 km.
Conforme Jung, a luz de um desses equipamentos pode "rebater" nas nuvens, subir e causar a ilusão de ótica de um ponto de luz se movimentando acima dos pilotos. A hipótese explicaria os movimentos circulares e a variação de cores, que ocorre em contato com diferentes pontos da atmosfera.
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