RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O corpo do major dos bombeiros Wagner Bonin, 42, foi encontrado carbonizado na zona norte do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada nesta quinta (17) pelo secretário de Defesa Civil e comandante-geral dos bombeiros, coronel Leandro Monteiro.
"Infelizmente marginais covardes acabaram de assassinar o major Wagner Bonin em São João de Meriti", escreveu o comandante.
A perícia da Delegacia de Homicídios da Capital confirmou a identidade do corpo através de digitais. Os investigadores apuram a informação, repassada por amigos, de que o major teria tirado fotos de uma barricada instalada próximo ao local onde ele morava, em São João de Meriti, na região metropolitana, e entregue a um policial militar.
Apesar da informação, até o momento não foi encontrado nenhum registro oficial da denúncia. A suspeita é de que o militar tenha sido capturado próximo a sua residência e encontrado horas depois. Outras possibilidades, como latrocínio (roubo seguido de morte), não foram descartadas.
A polícia já sabe, no entanto, que Bonin tinha fotos de barricadas em seu celular. Não se sabe, ainda, se ele as tirou e de qual local. Além disso, em uma das últimas mensagens enviadas pelo oficial, na tarde desta quarta (16), ele escreveu a outro bombeiro que acabara de ver um fuzil.
O desaparecimento não chegou a ser registrado. Foi sua esposa que estranhou a demora dele em retornar do trabalho e, ao acionar a localização remota do celular, o aparelho apareceu próximo ao complexo do Chapadão, na Pavuna, área do tráfico na zona norte.
Com a morte do major, a Polícia Militar realiza uma operação de retirada de barricadas na comunidade da Jaqueira, no bairro São Mateus, na Baixada Fluminense.
Em nota, a corporação destacou que agentes do 21° BPM (São João de Meriti) realizam inúmeras ações para remoção de barricadas diariamente. Até o momento, não há registro de prisões ou apreensões na comunidade.
Parentes da vítima usaram as redes sociais para se despedir. "Pessoa maravilhosa que foi tirada de nós, de forma tão terrível. Não dá pra mensurar a dor que a nossa família sente nesse momento. Horrorizada com a violência nessa cidade dita 'maravilhosa'. Deus te guarde, primo. Te amo", disse uma prima do major.
Casado e com uma filha, o major era formado em Educação em Saúde pela UFF (Universidade Federal Fluminense). Desde 2014, ele passou a operar como enfermeiro nos helicópteros dos bombeiros e no transporte de equipes do Rio Transplantes.
Em janeiro de 2019, então capitão, Bonin atuou no resgate de vítimas do rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais. A tragédia deixou ao menos 270 mortos; quatro corpos ainda estão desaparecidos.
A sua atuação lhe rendeu uma condecoração pela corporação, a medalha do mérito Força e Coragem.
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