SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O pai da menina indígena da tribo Kaiowá que sofreu estupro coletivo e foi assassinada ao ser jogada de uma pedreira, foi encontrado morto no mesmo lugar em que a filha, na aldeia Bororó, no município de Dourados, a 230 km de Campo Grande. Alonço Cabreira, 89, estava desaparecido desde segunda-feira (28). Dois filhos e um genro dele foram presos como suspeitos do crime.
Segundo a Polícia Civil, Alonço saiu para almoçar na casa de um de seus filhos na segunda-feira e não foi mais visto. Na tarde desta quarta (30), crianças encontraram o corpo do idoso coberto por vegetação enquanto passeavam. Alonço tinha diversos cortes na cabeça, no rosto e no tórax.
Dois filhos do idoso, Miguelito Ortiz Cabreira, 21, e Michelle Cabreira Ortiz, 23, foram presos e confessaram o assassinato do pai, segundo as autoridades. O motivo seria que eles queriam roubar a aposentadoria de R$ 1 mil que o pai havia recebido na sexta-feira (26).
Uma terceira pessoa, identificada como Roger Amarília Snardi, 19, o "Paloma", companheiro de Michelle, também foi preso por suspeita de envolvimento.
"Assim que o corpo foi encontrado, nós começamos a ouvir os filhos da vítima. Uma filha relatou ter visto o pai ser morto pelos irmãos, mas estava com medo de falar sobre o assunto. A partir daí chegamos aos outros dois filhos e ao genro que confessaram o crime", diz Erasmo Cubas, delegado que investiga o caso.
Uma faca que teria sido usada no crime foi apreendida. Os três suspeitos permaneceram presos após prestarem depoimentos e encaminhados para cadeias da região. Eles poderão responder por ocultação de cadáver e latrocínio.
Ainda segundo a Polícia Civil, eles não possuem defesa constituída e o caso será encaminhado para a Defensoria Pública.
ESTUPRO NA PEDREIRA
A indígena Kaiowá de 11 anos morreu após sofrer estupro coletivo e depois ser jogada de um penhasco de cerca de 20 metros, localizado na pedreira da aldeia Bororó, em Dourados (MS). O crime ocorreu em agosto de 2021 e cinco suspeitos foram detidos na ocasião - três adolescentes e dois adultos, incluindo um tio da menina.
Segundo a Polícia Civil, os cinco investigados confessaram o crime. Eles contaram, em depoimento, que decidiram jogar a criança de um penhasco de cerca de 20 metros, depois que ela os reconheceu. Ainda segundo o depoimento dos investigados, durante o estupro coletivo, a criança foi obrigada a beber cachaça e chegou a desmaiar, mas conseguiu recuperar os sentidos e chegou a dizer que os denunciaria.
A polícia disse que dois dos adolescentes contaram ter arrastado a vítima da casa dela para próximo ao penhasco para estuprá-la e que os outros três envolvidos chegaram durante o ato. Eles a teriam violentado diversas vezes. A vítima gritou por socorro, mas, como o local é distante das casas da aldeia, ninguém ouviu.
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