SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um comerciante de 21 anos foi espancado, roubado e teve seu veículo depredado por dependentes químicos da cracolândia por volta das 19h desta segunda-feira (12). O ataque ocorreu sob o elevado Presidente João Goulart, em Santa Cecília, centro de São Paulo.

A reportagem localizou a vítima e conversou com ela na tarde desta terça (13).

O ponto do ataque fica a poucos metros da cracolândia que se instalou na rua Helvétia, em meados de maio, após a dispersão dos usuários de drogas que haviam se fixado na praça Princesa Isabel.

No local do espancamento há presença constante de equipes da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana.

Segundo o comerciante, ele seguia pela avenida São João, no sentido Santa Ifigênia, para jogar bola. Em certo momento, ele foi obrigado a parar no semáforo. Quando o sinal abriu e acelerou, um dos dependentes químicos se jogou na frente do carro.

Outros usuários presenciaram a cena e correram para atacar o motorista.

À reportagem, o comerciante disse ter aberto a porta do carro e tentado correr, mas não conseguiu.

Um vídeo mostra o momento em que a vítima é retirada do carro à força e agredida com socos e chutes. É possível notar que, enquanto está no chão sendo agredido, um casal vai até o lado do passageiro e procura por objetos dentro do veículo. O mesmo homem sai de mãos vazias, mas consegue pegar algo na parte traseira do carro, através do vidro quebrado.

O homem contou ter ficado com diversos ferimentos nas costas e perna.

O vídeo gravado por um vizinho do local mostra a chegada de um PM pouco após o início da agressão. É possível ver que o policial militar se aproxima, porém não aborda o grupo. Logo na sequência, dois guardas metropolitanos também chegam ao local.

O comerciante se disse indignado pelo fato de o policial não ter abordado os agressores.

Além do custo do celular furtado, ele precisará arcar com os gastos para trocar os vidros dianteiro e traseiro do Celta e, também, para reparar os pontos amassados do veículo.

A vítima, que registrou um boletim de ocorrência eletrônico, pretende juntar todas as provas e entrar com uma ação contra o Estado.

Segundo o marido da autora do vídeo, as brigas entre usuários são frequentes no local, inclusive com o uso de barras de ferro. Ele disse ter conversado com um segurança que presenciou o fato e que relatou ter sido forjado um atropelamento para assaltar o motorista.

A reportagem procurou a SSP (Secretaria de Segurança Pública), a Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana.

Até a publicação desta reportagem, apenas a Prefeitura de São Paulo se pronunciou. "A Secretaria Municipal de Segurança Urbana informa que a Guarda Civil Metropolitana está analisando as imagens e apurando as circunstâncias dos fatos."


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