SÃO PAULO, SP (UOL - FOLHAPRESS) - Ao nomear hoje o futuro ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse que o ex-governador do Piauí é "nosso melhor índio". A fala gerou repercussão negativa.

É porque "índio" era uma forma genérica dos colonizadores portugueses se referirem às populações nativas que habitavam o nosso território.

Mas há mais de 300 povos indígenas no Brasil, e o uso do termo "esconde toda a diversidade dos povos indígenas".

A palavra "índio" remonta a preconceitos, à ideia romântica, folclórica, de um ser do passado, explica Daniel Munduruku, doutor em educação pela Universidade de São Paulo e pós-doutor em Linguística pela Universidade Federal de São Carlos.

Já o termo "indígena" foge da generalização das etnias.

A palavra significa "natural do lugar que se habita" ou "originário, aquele que está ali antes dos outros" e, sendo assim, se encaixa melhor, respeitando a pluralidade dos povos.

Além disso, a palavra índio está geralmente ligada a preguiça, selvageria, atraso tecnológico, "a uma visão de que o índio tem muita terra e não sabe o que fazer com ela".

Há uma ideia de que o índio virou empecilho para o desenvolvimento brasileiro, explica Munduruku.


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