RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Um homem foi agredido quando já estava dominado por agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) durante uma abordagem na noite desta sexta-feira (6), em Palmas (Tocantins).
Imagens gravadas por outra pessoa que passava de carro próximo ao posto em que ocorreu a abordagem mostram o envolvimento de quatro policiais rodoviários na ação. O homem está deitado e, mesmo sem oferecer resistência, é alvo de socos e chutes de um dos agentes.
Em nota, a PRF disse que os policiais foram afastados da atividade operacional até a apuração do caso pela Corregedoria e por especialistas dos Direitos Humanos da corporação.
"Após análise do atendimento da ocorrência, foram verificados indícios de que a abordagem policial teria sido realizada de forma inadequada, divergindo da doutrina da PRF", declarou a corporação.
De acordo com a PRF, o homem agredido, de 36 anos, conduzia um Gol preto e não atendeu a uma ordem de parada dada pelos agentes. Segundo a polícia, ele teria trafegado na contramão por diversos quilômetros em alta velocidade com os faróis desligados.
"Durante o acompanhamento tático, o condutor manobrou o veículo próximo a viatura, na tentativa de fechá-la, causando iminente risco de acidentes, aos condutores e pedestres. Em abordagem, o condutor do veículo resistiu e não atendeu aos comandos dados pelos policiais, alertando para não chegarem próximo dele, pois estaria armado e iria reagir à abordagem", disse a PRF.
A corporação disse que o teste de alcoolemia constatou teor de 0,50 miligramas de álcool por litro de ar expelido. É considerado crime resultado acima de 0,34 mg/L.
Segundo a Polícia Civil do Tocantins, a PRF conduziu o homem preso em flagrante à 1ª Central de Atendimento sob acusação de embriaguez ao volante e desobediência.
"O homem foi ouvido pelo delegado plantonista, pagou a fiança arbitrada, sendo em seguida, levado pelo próprio delegado e um agente de polícia, ao Núcleo de Medicina Legal de Palmas para exames de corpo de delito, uma vez que relatou ter sofrido agressões por parte dos PRFs", diz a nota da Polícia Civil.
A PRF é uma das áreas mais sensíveis sob a tutela do Ministério da Justiça agora comandado por Flávio Dino (PSB). A corporação entrou na mira da Justiça e foi alvo de críticas por sua aproximação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques é investigado pela PF por causa da atuação do órgão no dia do segundo turno, quando a corporação apertou o cerco contra o transporte público de eleitores, principalmente no Nordeste, e da suposta leniência no combate aos bloqueios e interdições de rodovias promovidos por bolsonaristas após resultados das eleições.
Vasques teve uma gestão marcada por crises, como a iniciada pelo assassinato de Genivaldo de Jesus, em Sergipe.
Foi por decisão dele que, no dia 3 de maio, a PRF revogou o funcionamento e as competências das comissões de direitos humanos. Menos de um mês depois, Genivaldo de Jesus Santos foi asfixiado no porta-malas de uma viatura durante uma abordagem da corporação.
Logo após o caso, a PRF soltou uma nota em que afirmava que a vítima tinha resistido ativamente à abordagem.
A versão acabou desmentida por vídeos que mostraram Genivaldo rendido, com as mãos algemadas e os pés amarrados. Depois da repercussão, Vasques determinou o afastamento dos policiais envolvidos e reconheceu que o caso era grave.
Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!