SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um manifestante bolsonarista ficou gravemente ferido na noite deste sábado (7), durante um protesto contra a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na região do anel viário do Cebolão, no entroncamento entre as marginais Pinheiros e Tietê, zona oeste de São Paulo.

Segundo boletim de ocorrência registrado pela polícia na madrugada deste domingo (8), o motorista de uma carreta bitrem afirmou ter visto um grupo contrário aos resultados das eleições presidenciais tentando fechar a avenida Embaixador Macedo Soares, por volta das 22h50.

Ainda conforme informações do documento policial, em determinado momento, o grupo liberou o trânsito de veículos, mas, quando o motorista passava pelo local, manifestantes cercaram a carreta, cortando mangueiras de rodoar -equipamento que monitora a calibragem dos pneus.

Na sequência, diz o BO, a vítima contou ter ouvido o barulho de uma grande explosão e sentido tremor de dentro da cabine.

Ao descer do veículo, o motorista afirmou ter sido abordado pelos golpistas, que tomaram seu celular e, sob ameaça, obrigaram que apagasse as filmagens que havia feito da manifestação.

O motorista disse à polícia que ouviu relatos de manifestantes dizendo que um deles havia tentado furar o pneu dianteiro esquerdo da primeira carreta, com um canivete, e que isso teria provocado a explosão.

O manifestante, também de acordo com o documento policial, foi levado em estado grave ao Hospital Universitário da USP (Universidade de São Paulo).

Questionado sobre o estado de saúde do bolsonarista, o HU não respondeu até a publicação desta reportagem.

Também questionada sobre as investigações, a Secretaria da Segurança Pública igualmente não havia se manifestado.

Em São Paulo, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fazem atos go lpistas desde o resultado das eleições em frente ao Comando Militar do Sudeste do Exército, na região do Ibirapuera (zona sul de SP).

O acampamento tem sido esvaziado, mas, na noite de sexta-feira (6), um grupo de bolsonaristas chegou a interditar a avenida 23 de Maio, próximo ao aeroporto de Congonhas, na zona sul.

Também na sexta, apoiadores de Bolsonaro trocaram provocações na avenida Paulista e tiveram de ser separados pela Polícia Militar que estava no local, segundo o UOL.

Neste sábado, o ministro da Justiça, Flávio Dino, autorizou o uso da Força Nacional até segunda-feira (9) para auxiliar na proteção da Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

A decisão ocorreu devido à convocação de manifestações de apoiadores do ex-presidente Bolsonaro inconformados com o fato de o presidente Lula ter tomado posse como chefe do Executivo.

O acampamento de manifestantes de atos antidemocráticos em Brasília recebeu um novo fluxo de participantes, após esvaziar durante a semana.

Grupos têm organizado a ida de mais ônibus para a frente do Exército, em Brasília. A Polícia Militar do Distrito Federal, no entanto, não se mobilizou para qualquer tipo de operação.

Nas redes sociais, o ministro afirma que adotou a medida "em face de ameaças veiculadas contra a democracia".


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