A tragédia em Capitólio completa 1 ano neste domingo (8). Ela causou a morte de dez pessoas, todas ocupantes da lancha de nome Jesus, e outras 27 feridas. A causa foi o desmoronamento de um paredão de pedra de um cânion. O bloco de pedra atingiu três embarcações no Lago de Furnas, em 8 de janeiro de 2022.

O bloco de pedra despencou por volta de 12h30 no local onde estavam lanchas que transportavam dezenas de turistas. Logo depois, imagens gravadas por quem estava em embarcações menos afetadas se disseminaram pelas redes sociais no mundo inteiro.

Meses depois, o inquérito aberto pela Polícia Civil concluiu pelo não indiciamentos de responsáveis pelo desmoronamento. Estudos técnicos apontaram que a queda do bloco de rocha no lago de Furnas se deu como desdobramento de eventos naturais, sem influência da ação humana. 

Segundo as investigações, houve um processo geológico de remodelamento de relevo que é comum na região, o que torna possível que outras rupturas venham a ocorrer. Para aumentar a segurança nas atividades turísticas, a Polícia Civil elaborou dez sugestões que integram o relatório final do inquérito.

A Polícia Civil também sugeriu que a empresa Furnas Centrais Elétricas adotasse medidas preventivas de segurança. Controlada pela Eletrobras, a companhia divulgou nota, na época da tragédia, lamentando o ocorrido e informando que apenas usa a água do lago para gerar energia elétrica. “Compete ao Poder Público a gestão dos demais usos múltiplos do reservatório”, sustentou a empresa, referindo-se ao controle das atividades turísticas na região.

Cânion reaberto

O cânion voltou a ser aberto ao turismo, quase três meses após a tragédia. A liberação parcial das visitas náuticas ocorreu com o aval da prefeitura. Além de estabelecer novas regras, como a obrigação dos condutores manterem as embarcações a uma distância mínima dos paredões e respeitarem os limites estabelecidos para cada trecho do percurso, o município - distante cerca de 282 quilômetros de Belo Horizonte - contratou uma equipe de geólogos para avaliar, diariamente, a estabilidade dos blocos de pedra.

Investimentos

Logo após o desastre, o governo de Minas e parceiros anunciaram investimento conjunto de R$ 5 milhões para o plano “Reviva Capitólio”, com 80 ações de segurança e de impulsionamento do turismo para a região, onde tradicionalmente turistas do mundo inteiro buscam navegar para contemplar de perto as imensas formações rochosas e águas cristalinas.

Entre as principais medidas executadas até agora está a finalização de um estudo geológico nas regiões rochosas de Capitólio. O estudo permite mapear toda a área dos cânions, garantindo a estabilidade dos paredões rochosos.

O trabalho inclui análises diárias feitas por um geólogo para identificar possíveis processos erosivos ou fluxos de água entre as pedras, visando estabelecer um nível rigoroso de segurança para a atividade turística. Além dessas iniciativas, foi assinado, em novembro do ano passado, convênio no valor de R$ 2 milhões para realização de obra de contenção dos cânions de Capitólio.

De acordo com o prefeito de Capitólio, Cristiano Geral do Silva, todo o trabalho realizado possibilitou resgatar a fauna e flora terrestre da região, que considera como um dos mais lindos do mundo. “Hoje é possível ver nos cânions o pato mergulhão, que é típico de nossa região, mas está em extinção. Também é possível ver capivaras e diversos tipos de pássaros no local”, disse.

“O turista que visita Capitólio hoje tem a oportunidade de conhecer ainda mais nossa mineiridade, saborear nossa culinária e ser recebido com todo carinho por aqueles que aqui moram. Agradecemos muito o apoio do Governo de Minas e dos parceiros”, acrescentou Cristiano.

*Com informações da Agência Minas

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- Tragédia no cânion de Capitólio, em Minas Gerais, completa um ano hoje

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