RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro proibiu a realização de ensaios técnicos das escolas de samba na Marquês de Sapucaí após uma vistoria constatar problemas de segurança no Sambódromo.

Segundo nota da corporação, uma inspeção feita na noite desta sexta (27) achou defeitos nos dispositivos de acionamento dos hidrantes em três setores da avenida e não encontrou conectores e mangueiras em nenhum local.

"Após a inspeção, os bombeiros emitiram notificação não autorizando a realização dos ensaios técnicos para o Carnaval 2023. O veto tem caráter imediato pois a pista não apresenta as condições mínimas de segurança", diz o comunicado.

Ainda segundo o órgão, uma nova vistoria será feita neste sábado (28) para verificar se as falhas foram corrigidas. Se esse for o caso, os ensaios previstos para o fim de semana serão liberados.

Neste sábado, estava marcada a passagem pela avenida das escolas da Série Ouro: União de Jacarepaguá, Acadêmicos de Vigário Geral, Unidos de Padre Miguel e Unidos Porto da Pedra. No domingo (29), viriam Mocidade Independente e Mangueira.

Questionada, a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio (Liesa), responsável pelas condições do Sambódromo, afirmou que as mangueiras normalmente só são colocadas no dia dos ensaios porque furtos são comuns.

Disse ainda que já fez as correções necessárias e aguarda a nova vistoria para liberação dos bombeiros. A Riotur (empresa de turismo da prefeitura que concede o espaço), por sua vez, afirmou que a questão deveria ser endereçada à Liesa.

A inspeção dos bombeiros aconteceu após uma decisão da Justiça, conforme publicado pelo portal G1 e confirmado pela corporação. Na tarde de sexta, um advogado entrou com uma ação popular pedindo que os ensaios fossem proibidos pela falta de documentação apresentada ao órgão.

A juíza Mirela Erbisti, da 3ª Vara de Fazenda Pública do RJ, determinou que todos os documentos necessários para o funcionamento do Sambódromo fossem apresentados em 24 horas e comunicou a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros, que então fez a vistoria e comprovou os problemas.

A Riotur e a corporação haviam assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para a regularização da documentação da Marquês de Sapucaí. Os papéis, porém, não haviam sido entregues até o começo da noite de sexta.

Na última quinta (26), a Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou cinco pessoas pelo homicídio doloso de uma menina de 11 anos que foi prensada por um carro alegórico na dispersão de um desfile da Sapucaí, em abril do ano passado. Raquel Antunes da Silva teve uma perna amputada e morreu dois dias depois.

Foram apontados como autores Flavio Azevedo da Silva, presidente da escola de samba Em Cima da Hora, Daniel Oliveira dos Santos Junior, engenheiro civil responsável pelo carro, José Crispim da Silva Neto, coordenador da dispersão, Carlos Eduardo Pereira Cruz, motorista do reboque, e Wallace Alves Palhares, presidente da Liga das Escolas de Samba da Série Ouro (Liga RJ).


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