SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Comissão Guarani Yvyrupa, que reúne comunidades indígenas Guarani de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, elaborou um manifesto em que pede ao governo federal que providencie, imediatamente, a demarcação de terras que dependem apenas de uma assinatura.

De acordo com a entidade, 12 terras situadas na região da Mata Atlântica já não apresentam pendências e estão prontas para serem demarcadas.

Desse total, segundo a comissão, quatro delas necessitariam apenas de uma "canetada" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretando a sua homologação, enquanto outras oito estariam aguardando uma portaria declaratória do Ministério dos Povos Indígenas.

"Essas terras só não foram demarcadas antes porque a caneta do governo anterior [de Jair Bolsonaro] trabalhou contra os povos indígenas -paralisando as demarcações de maneira ilegal quando já estava tudo encaminhado", diz o documento, que é endereçado ao presidente Lula e à ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.

O manifesto ainda solicita que o governo federal e a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) deem atenção a 16 terras cujos processos de demarcação se encontram em estágio avançado, mas aguardam providências técnicas.

No documento, a Comissão Guarani Yvyrupa justifica seu apelo afirmando que o povo Guarani é o que menos foi contemplado com demarcações até então. "Essas terras que dependem da assinatura de vocês estão ameaçadas por invasões e pela devastação", destaca.

A entidade, que prepara uma campanha nas redes sociais intitulada "#DemarcaYvyrupa", diz que enviará a Lula e a Guajajara "canetas decoradas com nosso grafismo" para que decretos e portarias de demarcação de suas terras indígenas sejam assinados.


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