OLINDA, PE (FOLHAPRESS) - Após dois anos sem festa por conta da pandemia de Covid-19, as ladeiras de Olinda voltaram a se encher com milhares de turistas. Entre os vários blocos tradicionais de Olinda, o Mucha Lucha é um dos mais originais. Inspirado na lucha libre mexicana, esporte no qual os lutadores combatem mascarados, o bloco não conta com orquestra, estandarte e nem circula pelas ruas de Olinda, o que não significa falta de animação, já que o público vibra com as performances enérgicas e bem-humoradas de seus participantes.
Fundado em 2008 por seis amigos, este ano o Mucha Lucha comemora 15 anos de Carnaval, ainda que nos últimos dois não tenha sido possível montar o ringue improvisado que já virou tradição do bloco.
O jornalista Márcio Didier, um dos criadores do bloco, explicou que a brincadeira começou com os integrantes confeccionando as próprias máscaras, mas hoje os adereços são importados diretamente do México, com muitos foliões aparecendo, também, fantasiados como lutadores.
A família Koury é uma das entusiastas do bloco. Os pais, Henrique e Dani Koury, fazem questão de introduzir os filhos, Lucas, de 12 anos, e Tom, de 8, na folia de rua. "Todo ano estamos no Mucha Lucha. Domingo é um dia ótimo para trazer as crianças, tranquilo. Eles adoram Carnaval", pontuou Henrique.
Com várias crianças fantasiadas de super-heroís, já esperando outro bloco tradicional, o Enquanto Isso na Sala da Justiça, o ringue do Mucha Lucha virou uma celebração da alegria, na qual a "luta" é motivo de união. "Aqui pode tudo, só não pode violência", reforçou Márcio Didier.
Com um Freddie Mercury cover puxando canções do Queen, acompanhado do coro da multidão, o bloco teve um de seus ápices com o tradicional "voo" do Super-Homem. No caso, o enfermeiro veterinário Darlan Gomes, que se jogou de uma árvore direto para os braços dos lutadores do Mucha Lucha, para delírio do público.
SAMBADEIRAS
O domingo marcou ainda o retorno das Sambadeiras às ladeiras de Olinda. Primeira bateria formada inteiramente por mulheres na cidade, o bloco comemora 15 anos de música, alegria e resistência.
As Sambadeiras começam seu percurso na Ladeira da Misericórdia, abrilhantando um dos pontos mais famosos (e íngremes) de Olinda com suas cores lilás e branco.
Em um campo majoritariamente dominado por homens, as Sambadeiras entendem o Carnaval como celebração e reafirmação política, ressaltando a importância da igualdade de direitos entre os gêneros.
"Para a gente, estar aqui é mostrar que as mulheres podem ocupar as ladeiras também como instrumentistas. Podemos fazer tudo, nos nossos termos", afirmou a bióloga Camila Alves.
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