RECIFE, PE (FOLHAPRESS) - Recife é uma cidade carnavalesca e essa tradição vem de anos, mantida de geração em geração. E idade não é problema: da criança ao idoso, todo mundo tem seu espaço. No caso dos representantes da terceira idade, a folia ganha contornos próprios, com os blocos líricos, que mantêm viva a memória das festas do passado.

Os blocos líricos são saudosistas por essência. Ao contrário da onipresença dos metais das orquestras que dão o tom da Folia de Momo em Olinda, esses blocos são acompanhados por orquestras de pau e corda, com poucos metais. No repertório, marchinhas entoadas desde as primeiras décadas do século 20. E as fantasias são sempre exuberantes, cheias de detalhes.

O Recife Antigo, no centro histórico da capital pernambucana, é o ponto de encontro desses blocos no Carnaval. Nesta segunda-feira, eles foram destaque no principal palco da cidade, o Marco Zero.

Bloco da Saudade, Bloco das Flores, Bloco de Pau e Corda, e O Bonde foram alguns dos que ocuparam o Marco Zero. A grande maioria dos integrantes é composta por idosos, mas as novas gerações também se fazem presente.

Fora do palco, nas ruas, o lirismo também está presente. Criado em 2001, o Bloco Confete e Serpentina foi criado por um grupo de amigos que brinca (como se fala no Recife, ao invés de "pular") Carnaval desde adolescentes.

"Nosso objetivo sempre foi trazer alegria, contribuir com a preservação de uma tradição do nosso Carnaval, quando aconteciam as batalhas de confete e serpentina e nos divertíamos de uma forma muito leve. É saudosista, mas não paramos no tempo. Nossos filhos e netos estão presentes, ajudando a renovar a tradição", contou Andrea dos Anjos, presidente e uma das fundadoras do bloco.


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