SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O coronel Henguel Pereira, secretário-chefe da Defesa Civil de São Paulo, fez um alerta sobre a continuidade das chuvas no litoral norte de São Paulo na noite desta terça-feira (21).

Em vídeo postado nas redes sociais, ele deu orientações sobre busca de apoio nas situações consideradas arriscadas.

"É importante que todos tenham a percepção de riscos", disse, destacando que ainda existem pessoas vivendo nas áreas consideradas perigosas para deslizamentos no litoral, principalmente em São Sebastião.

Entre os pontos que merecem atenção estão a descida de água barrenta dos morros, postes e árvores inclinados, taludes deslizando e rachaduras que aumentam nas casas. Diante desses sinais, a orientação é para as pessoas saírem de casa e procurarem lugares mais seguros.

Pereira afirmou que São Sebastião, o município mais atingido pelas chuvas históricas no Carnaval, criou vários abrigos para receber as pessoas que moram em áreas de risco. São escolas municipais e o Instituto Verde Escola, na Barra do Sahy,

"É importante que procurem esses abrigamentos ou então vão para um local seguro", disse o secretário.

A instabilidade de algumas regiões preocupa a Defesa Civil, assim como a chuva que voltou a cair, mais fraca do que no fim de semana.

Segundo o Climatempo, até a sexta-feira (24) são previstos cerca de 200 mm de chuva para o litoral norte e a Baixada Santista.

O número de mortos chegou a 46 em decorrência das chuvas no último final de semana (18 e 19), sendo 45 em São Sebastião e um em Ubatuba. O total foi atualizado na manhã desta terça. Vinte corpos já foram identificados e liberados para sepultamento.

O total de pessoas fora de casa, desabrigadas ou desalojadas, chega a 2.500. Os desaparecidos somam 40, mas os números ainda devem aumentar, já que há relatos de que pessoas estariam sob os escombros de estruturas que cederam.

A Defesa Civil Estadual já previa que o litoral norte seria atingido por fortes chuvas, com 200 mm de precipitação, mas o que se viu foi um fenômeno muito maior, explicado pelo choque de diferentes sistemas climáticos.

O transporte de umidade e calor da região amazônica encontrou, sobre a serra do Mar, uma frente fria que avançava a partir do sul do continente, levando a um evento que pode ser classificado como extremo.


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