CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) - Dois irmãos foram indiciados sob suspeita de cometerem dez crimes, sendo quatro homicídios e seis tentativas de homicídio, no município de Campo Erê, em Santa Catarina. A chacina ocorreu em 21 de janeiro. Segundo a polícia, o crime ocorreu por motivo fútil e com impossibilidade de defesa da vítima.
Os irmãos, de 32 e 38 anos de idade, estão presos preventivamente no Presídio Regional de São José do Cedro. Ao longo do inquérito policial, eles não apresentaram advogados. A Defensoria Pública de SC foi procurada, mas não retornou até a publicação deste texto.
O delegado à frente do caso, José Danezi Neto, disse que apenas um dos irmãos atirou contra as dez pessoas, mas o outro irmão foi indiciado por participação moral, com base no artigo 29 do Código Penal.
O delegado conta que os irmãos agiram após o suicídio de um terceiro irmão, na tarde de 21 de janeiro, dentro da casa onde ele morava com a esposa e dois filhos. Segundo o delegado, um dos presos, de 38 anos, foi até o local com uma faca na mão, gritando e dizendo que queria matar a cunhada.
"Ele entendia que o irmão tinha se matado porque ela tinha pedido o divórcio. A moça já não estava na casa. Tinha ido para a casa da mãe e, depois, sabendo da ameaça, ela fugiu da cidade", afirma Danezi Net.
Ainda naquela noite, o outro irmão, de 32 anos, que morava em uma cidade próxima, chegou a Campo Erê armado e foi até um imóvel onde moravam parentes da cunhada. Segundo o delegado, ele estava com uma espingarda calibre 12.
Quatro pessoas foram mortas, todas parentes da cunhada ameaçada ?o pai dela, de 63 anos; uma irmã, de 18 anos; uma tia, de 53 anos; e uma comadre, de 37 anos. Os nomes das vítimas e os dos suspeitos não foram divulgados.
Segundo o delegado, os irmãos trocaram ligações e mensagens telefônicas ao longo daquela noite.
COMO OCORRERAM AS MORTES
Os crimes ocorreram em um local com dois imóveis. Na frente, funcionava um pequeno bar. Aos fundos, era a casa do irmão da cunhada.
Segundo o delegado, o atirador chegou ao bar e disparou primeiro contra a tia e a irmã ?as duas morreram no local. Um rapaz que também estava no bar foi baleado, mas, mesmo ferido, conseguiu fugir. Ele ficou um período hospitalizado, mas se recuperou.
Depois, o atirador seguiu para os fundos do imóvel, onde havia sete pessoas, incluindo uma criança de 3 anos. O delegado diz que o pai de 63 anos conseguiu pegar uma faca e se lançar sobre o atirador, mas depois recebeu tiros e morreu. A reação, contudo, permitiu que as outras pessoas fugissem dali. "Não fosse ele, o atirador teria matado todo mundo."
O inquérito policial foi encaminhado ao Ministério Público de Santa Catarina. Procurado nesta quinta-feira (23), o Ministério Público informou que o crime ainda está em fase de investigação. "Porém, após manifestação favorável do Ministério Público de Santa Catarina, a Justiça converteu a prisão dos investigados de temporária para preventiva [sem prazo]", acrescentou.
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