SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A chuva extrema que caiu sobre o litoral norte de São Paulo no Carnaval deixou mortos, desabrigados e expôs as consequências de alertas ignorados e desigualdade social. Imagens de satélite mostram de cima algumas das áreas mais afetadas de São Sebastião.
As fotos permitem observar os deslizamentos em áreas próximas e distantes das regiões ocupadas da cidade.
Locais como a Vila Sahy, mais próximos dos morros, foram destruídos pela torrente de lama que invadiu casas e obstruiu vielas. Mais perto da orla, praias famosas pelos condomínios de alto padrão, como a da Baleia, agora acumulam lama e destroços.
As imagens são dos satélites da Planet, que tem 180 dos seus 500 equipamentos em órbita na região do Brasil, e são disponibilizadas na plataforma do programa Brasil Mais, coordenada pela consultoria SCCON Geospacial. O programa foi criado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública em setembro de 2020, e disponibiliza imagens para a Polícia Federal e outras instituições públicas.
Antes e depois da chuva As primeiras imagens mostram as praias do Sahy e Baleia, antes e depois das chuvas. A primeira imagem foi feita em 15 de fevereiro, um dia antes de o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alerta para Desastres Naturais) emitir alerta para o governo de São Paulo sobre as chuvas. A segunda foto, após os deslizamentos, foi feita em 21 de fevereiro. A prefeitura recebeu ao menos quatro alertas de risco na região em 10 anos.
Em Juquehy, outa praia de São Sebastião, a lama espessa dificultou o trabalho de busca das equipes de resgate chegou ao teto das casas em bairros como o Pantanal. Em um dos casos, uma família de três pessoas só foi encontrada, sem vida, cinco dias depois das buscas. A foto da região antes do desastre é de 26 de janeiro. A que mostra a área depois da chuva é de 21 de fevereiro.
Já as fotos de Camburi e Boiçucanga mostram diversos pontos em que ainda podem ocorrer escorregamentos de terra caso haja novas chuvas. No km 164 da Rio-Santos, equipes trabalhavam para liberar o acesso o acesso para Boiçucanga, interditado parcialmente após uma queda de barreira.
As fotos de antes do desastre são de 26 de janeiro, e as registradas depois da chuva, 21 de fevereiro.
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