BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A campanha de vacinação contra a varíola dos macacos terá início na próxima segunda-feira (13) no Brasil. O imunizante será aplicado em grupos específicos, como portadores de HIV e profissionais que trabalham em laboratórios e têm contato com o vírus.

O país recebeu o primeiro lote da vacina contra a doença em outubro do ano passado, mas os imunizantes só vão começar a ser aplicados após cinco meses.

A vacina tinha aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para ser utilizada em pesquisa, conforme havia solicitado o governo anterior. Mas somente em 26 de fevereiro deste ano houve aprovação para ampliar o uso.

Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, disse que a atual estratégia de vacinação tem como objetivo principal a proteção dos indivíduos com maior risco de evolução para as formas graves da doença.

"Tínhamos poucas doses, pois só há um fabricante no mundo, mas conseguimos direcionar para quem se beneficiará mais da vacina, tudo definido com a CTAI [Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização]. No Brasil, houve uma diminuição expressiva da transmissão e o cenário epidemiológico felizmente é de decréscimo", acrescentou.

Para as pessoas que não tiveram contato com o vírus, a vacinação será aplicada em homens, travestis e mulheres transexuais portadores do vírus HIV que tenham 18 anos ou mais e "com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses", diz informe técnico.

Também foram incluídos profissionais de laboratório que trabalham diretamente com o vírus da varíola, entre 18 e 49 anos de idade.

Pode receber a vacina também quem já teve contato direto com fluidos e secreções corporais de pessoas suspeitas, prováveis ou confirmadas para a varíola dos macacos, cuja exposição seja classificada como de alto ou médio risco, conforme recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde).

Nesse caso, a pessoa deve ter entre 18 e 49 anos e deve comparecer ao serviço para vacinação entre 4 e 14 dias em que teve exposição ao vírus. Nesse período mais longo de tempo a previsão é que a efetividade da vacina para prevenção da infecção seja reduzida, segundo informe técnico.

Isso ocorrerá somente em cidades em que há municípios com dez ou mais casos confirmados de varíola dos macacos nas últimas 12 semanas. Fazem parte dessa lista cidades dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Amazonas, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Maranhão, Rio Grande do Norte, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Minas Gerais.

Inicialmente, o Ministério da Saúde encaminhará aos estados quantitativo suficiente para vacinar 50% da população-alvo da vacinação de pré-exposição. O envio de mais doses dependerá do andamento da vacinação e da demanda local.

A vacina tem indicação de duas doses para completar o esquema vacinal. Na vacinação pré-exposição, a recomendação é de um intervalo de 30 dias com qualquer vacina previamente administrada.


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