SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Neste 8 de março, é comemorado o Dia Internacional da Mulher. A data normalmente é atrelada a um incêndio em 1911 de uma fábrica têxtil em Nova York, EUA, em que 125 mulheres morreram. Mas as reivindicações pelos direitos das mulheres já existiam antes disso.

Em 1975, o Dia da Mulher foi oficializado pela ONU (Organização das Nações Unidas) para celebrar suas conquistas sociais e políticas.

Por isso, o 8 de Março é fortemente ligado à busca por melhores condições de igualdade às mulheres em todo o mundo. "O Dia Internacional da Mulher é comemorado para dar visibilidade tanto para os direitos e conquistas já adquiridas, mas também para apontar as iniquidades que nós mulheres ainda temos", afirma Margareth Goldenberg, psicóloga e gestora do Movimento Mulher 360.

No caso dos homens, até existe um dia para eles. No Brasil, a data é em 15 de julho, enquanto em outros países acontece em 19 de novembro.

Mas o reconhecimento das opressões de gênero vividas pelas mulheres e a luta pela igualdade de direitos que diferenciam a relevância das datas. "A opressão que a gente, enquanto mulher, sofreu ao longo do desenvolvimento da civilização, faz com que seja necessário ter um dia específico para que possamos tanto comemorar avanços e apontar o que precisa ser acelerado", diz Goldenberg.

Soraia Mendes, integrante do Comitê Latino-americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (Cladem/Brasil), tem uma percepção parecida. Ela explica que a história da humanidade, principalmente a partir da idade média, se desenvolveu em torno de sustentar o patriarcado, conceito que exprime a ideia de submissão total das mulheres aos homens.

"É por isso que não temos um dia de celebração em relação aos homens e à masculinidade porque, em uma sociedade patriarcal, infelizmente se constrói uma masculinidade opressora, de imposição e de não permissão de avanço de direitos", completa Mendes.

Ela ressalta que o Dia da Mulher não é necessariamente uma confrontação aos homens. Isso porque o feminismo não deve ser visto como um contraponto ao patriarcado ou ao machismo. Enquanto o movimento feminista busca a equidade entre os gêneros, a lógica patriarcal prega a dominação sobre as mulheres.

"O machismo pressupõe a submissão, a violência, a construção de uma masculinidade opressora. O feminismo é o contrário. Não é o ódio em relação aos homens", diz Mendes.

Dessa forma, o Dia da Mulher não deve ser encarado como um ataque à masculinidade. Na realidade, os homens podem utilizar essa data para repensar o papel que desempenham na sociedade e como podem auxiliar na superação das desigualdades de gênero.

Mendes explica que a ideia de mulheres submissas e de homens opressores, como ocorre no patriarcado, não é positiva nem para eles. "Alguns se satisfazem com isso, mas uma grande maioria, acredito eu, não quer viver dentro dessa lógica."

Se observada dessa forma, o 8 de Março é relevante para todas as pessoas independente do gênero, já que, antes de tudo, as reivindicações das mulheres objetivam um mundo mais igualitário.

"O dia em que tivermos uma sociedade feminista, todo mundo será mais feliz. As mulheres serão mais felizes e os homens também", afirma Mendes.


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