SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O Shopping Rio Anil, em São Luís (MA), cobrou o pagamento do estacionamento para poder liberar os carros em meio ao incêndio que tomou conta do estabelecimento na tarde desta terça-feira (7), e deixou duas pessoas mortas e pelo menos outras 13 feridas.

À reportagem, o maranhense Joel Castro mostrou o comprovante no valor de R$ 9,00 referente ao estacionamento -o pagamento foi efetuado às 16h14m. O incêndio no shopping teve início por volta das 16h, segundo o Corpo de Bombeiros.

Joel explicou que foi necessário sair "de forma normal", ou seja, passar o comprovante de pagamento para então a cancela ser liberada.

Ele alega que chegou a questionar aos funcionários do shopping Rio Anil se eles tinham algum procedimento para situações de emergência, mas foi ignorado.

Segundo informações dos Bombeiros, o incêndio teve início no terceiro pavimento do shopping, em um projetor de uma sala de cinema.

Duas pessoas morreram e pelo menos 13 foram levadas para o hospital. A SES (Secretaria de Estado de Saúde) relatou que pelo menos três pessoas tiveram queimaduras de 2º e 3º graus.

'FOI HORRÍVEL E DESESPERADOR'

À reportagem, Joel Castro explicou que foi ao Shopping Rio Anil acompanhado pela esposa e a filha de 8 anos para assistirem ao filme Homem-Formiga 3, do Universo Cinematográfico Marvel. A sessão teve início às 14h30, na sala 4 do cinema local.

Segundo contou, eles estavam assistindo ao filme quando o teto desabou ao lado deles e imediatamente a sala foi tomada por focos de incêndio e "muita fumaça". A cena foi descrita como "horrível e desesperadora". O maranhense também disse que sua filha ficou "traumatizada".

Joel Castro afirma que o alarme anti-incêndio do estabelecimento só tocou "vários minutos depois" que as chamavas já havia tomado conta do prédio. Ele também relata que não tinha "nenhum funcionário" para orientar os clientes e que o esquema de proteção contra incêndio do cinema não funcionou.

"Quando o alarme tocou eu e minha família já tinha corrido do fogo. O alarme tocou vários minutos depois. Nem a luz da sala acendeu. Tivemos que correr no escuro. A minha esposa chegou a cair no chão e ser pisada, mas consegui levantá-la", afirmou Joel.

"Nenhum funcionário do shopping apareceu para orientar. Nada, absolutamente nada. Corremos no instinto e no escuro enquanto vários funcionários faziam vídeos. O que aconteceu ali foi um grande despreparo e nenhuma das medidas para a segurança funcionou", completou.

À reportagem, o Shopping Rio Anil informou que, "ao identificar o incêndio, o local foi imediatamente evacuado, cumprindo os protocolos de segurança que incluem o levantamento das cancelas de estacionamento e, consequentemente, a suspensão do pagamento".

A reportagem questionou exatamente a que horas as cancelas foram liberadas e a necessidade de pagar o estacionamento foi suspensa, mas não obteve retorno. Se tiver, essa matéria será atualizada.

SHOPPING DISSE SE SOLIDARIZAR COM VÍTIMAS

No Instagram, o Shopping Rio Anil publicou uma nota de pesar em que lamenta as mortes de duas clientes no incêndio, e disse está "comprometido" em auxiliar e cuidar dos feridos.

"Neste momento de extrema dor, nos solidarizamos com os familiares das vítimas, a quem estamos buscando amparar e auxiliar com o que for possível", diz no comunicado.


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