SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma Marielle Franco gigante em frente ao Museu de Arte do Rio é uma das obras de arte que ajuda a ecoar nesta terça-feira (14) a pergunta repetida a cinco anos por familiares, amigos e aliados políticos da vereadora: quem mandou matar e por quê?
A escultura "Corte Seco - Marielle", de 11 metros de altura, foi doada pelo artista Paulo Nazareth para o Instituto Marielle Franco e ficará nos pilotis do museu, na praça Mauá.
A instalação da obra faz parte das atividades que marcam o quinto ano do crime, no dia 14 de março de 2018. A vereadora do PSOL e o motorista Anderson Gomes foram assassinados a tiros, dentro de um carro, ao saírem de um evento no centro do Rio. A assessora Fernanda Chaves sobreviveu.
A inauguração obra será às 8h desta terça e a escultura estará aberta para visitação do público a partir das 10h.
Também às 10h será realizada uma missa em memória de Marielle e Anderson, na Igreja Nossa Senhora do Parto, perto da praça Mário Lago, local conhecido como Buraco do Lume, no centro do Rio, onde foi instalada uma estátua em tamanho real de Marielle em julho do ano passado, no dia em que ela faria 43 anos.
O lugar, próximo ao largo da Carioca, foi escolhido porque era ali que Marielle ia toda sexta-feira prestar contas sobre o mandato na Câmara Municipal para milhares de pessoas que passam pela região diariamente.
Outra atividade, das 10h às 17h, será a instalação A Voz de Marielle, no Museu do Amanhã, também na região central do Rio. A iniciativa conecta imagens da vereadora a trechos de alguns de seus discursos.
Também nesta terça haverá o lançamento do boletim de segurança pública da Maré, às 13h, e uma oficina de bordadeiras, das 15h às 17h. As duas atividades serão realizadas no Museu de Arte do Rio.
Para encerrar o dia haverá o Festival Justiça Por Marielle e Anderson, das 18h às 23h, na praça Mauá, com a participação de artistas como Djonga, Luedji Luna, Marcelo D2, Marina Iris, bateria da Mangueira e participação especial de Criolo.
Todas as atividades são realizadas em parceria com o Instituto Marielle Franco, organização criada pela família da parlamentar com a missão de inspirar e conectar mulheres negras, pessoas LGBTQUIA+ e periféricas.
Os cinco anos do crime são marcados também por reuniões do Comitê Justiça por Marielle e Anderson com autoridades responsáveis pela investigação do crime. O comitê é formado pelo Instituto Marielle Franco, pela vereadora Mônica Benício (PSOL), viúva de Marielle, por Agatha Reis, viúva de Anderson, e pelas organizações Justiça Global, Terra de Direitos Coalizão Negra por Direitos e Anistia Internacional.
Os assassinatos completam meia década sem que seus executores tenham sido julgados sequer em primeira instância, e sem que haja uma conclusão sobre a existência ou não de um mandante do crime.
Acusado de ser o responsável pelos disparos que atingiram a vereadora e seu motorista, Ronnie Lessa só foi expulso da PM neste ano em razão da condenação por comércio ilegal de armas na Justiça Federal.
O ex-PM Élcio Queiroz permanece preso em razão da acusação de ter dirigido o veículo para que Lessa disparasse contra as vítimas.
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