SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Depois de tentar trem ou ônibus para chegar ao trabalho, quem foi afetado pela greve no metrô nesta quinta (23) em São Paulo apelou para as corridas de aplicativo. Os preços de Uber e 99, as principais opções, chegavam a dobrar para um mesmo destino.

A paralisação das linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 15-prata seguia por volta das 11h, e os passageiros que desembarcavam na Luz pediam as corridas na saída do Museu da Língua Portuguesa.

Os preços, no entanto, variavam de R$ 15, na 99, a R$ 35, na Uber, para o mesmo destino, segundo relatos.

A Folha de S.Paulo perguntou às empresas a razão dessas diferenças. A Uber não respondeu até a publicação dessa reportagem. Já a 99 disse que o preço é calculado a partir da distância do trajeto e do tempo de deslocamento, e que a variação segue regra de oferta e demanda.

Taize Kelly, 29, professora, mora em São Miguel Paulista (zona leste) e dá aulas em Paraisópolis (zona sul).

Ela tentava um serviço de mototáxi com colegas de trabalho, já que o preço da viagem para Paraisópolis em aplicativos estava em R$ 75.

"Normalmente daria R$ 40 ou R$ 50. Eu entro às 10h20, mas só devo chegar às 11h", disse Taize.

Já Talita Gomes, 38, trabalha no setor de marketing de uma faculdade na Liberdade e disse que optou pela 99 para pagar mais barato pela corrida.

Pessoas abordadas na rua Brigadeiro Tobias, em uma das saídas do metrô, também disseram que as corridas da Uber estavam mais caras.

A reportagem verificou preços para o mesmo endereço na Liberdade, saindo do Museu da Língua Portuguesa, às 11h47. O custo na Uber foi de R$ 39,98. Na 99, de R$ 17,64.

Até as 12h30, não havia informações sobre a reabertura das estações após acordo para liberar catracas nas linhas paralisadas.

O Sindicato dos Metroviários de São Paulo acusa o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) de descumprir o acordo para que as operações do metrô fossem retomadas. O acordo entre os grevistas e a companhia determinava que as operações seriam retomadas com as catracas abertas desde que 100% do efetivo estivesse nos postos de trabalho.


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